• Mundo

    Saturday, 27-Apr-2024 16:53:25 -03

    eleições nos eua

    No Irã, radicais preferem Trump para pôr fim a acordo nuclear

    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    08/11/2016 02h00

    Atta Kenare - 3.nov.16/AFP
    Iranianos protestam contra os EUA em frente à embaixada na última quinta (3)
    Iranianos protestam contra os EUA em frente à embaixada na última quinta (3)

    A ala mais radical de políticos iranianos prefere Donald Trump a Hillary Clinton na Presidência dos Estados Unidos. Um eventual mandato do republicano seria mais previsível e menos intervencionista, argumentam.

    Se, no início do ano, o candidato foi chamado de "louco", entre outras referências pejorativas, agora ele é quase elogiado por pelos políticos linha-dura.

    No último dia 2, seis dias antes da eleição, o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, elogiou a capacidade de Trump de "se comunicar direta e honestamente" com o povo americano.

    A fala aconteceu, não obstante e simbolicamente, no ato anual em comemoração à tomada da embaixada americana, em 1979.

    Editoria de Imagem

    Segundo relatos do site "IranWire", a posição pró-Trump de Khamenei deixou conservadores à vontade para atacarem a sua oponente democrata, Hillary Clinton.

    A Primeira Página do jornal "Vatan-e Emrooz", por exemplo, estampou no sábado (5) uma foto da candidata com a legenda: "Bruxa da guerra".

    Conservadores iranianos alardeiam o suposto potencial bélico de Hillary Clinton na Casa Branca.

    "Sua eleição provavelmente levaria a uma grande guerra", escreveu Mehdi Mohhamadi, que trabalhou na gestão do radical ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad.

    O pomo da discórdia é justamente o acordo, que prevê a retirada gradual de sanções econômicas mediante a redução do programa nuclear.

    Hillary e os moderados depositam nele a esperança de conter o ímpeto atômico, de um lado, e resgatar a economia iraniana, de outro.

    Trump e os linha-dura iranianos repudiam o tratado, mas por motivos inversos.

    O republicano argumenta que o acordo fará do Irã uma potência regional e promete "rasgá-lo". A ala radical iraniana teme que a reinserção global do país signifique a rendição do governo "revolucionário".

    Para o presidente iraniano, o moderado Hassan Rouhani, a disputa à Casa Branca está entre o "ruim" e o "pior", embora não diga qual deles preferiria ver no Salão Oval.

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024