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    Com disputa apertada, Trump vai à Justiça contra votos em Nevada

    PATRÍCIA CAMPOS MELLO
    ENVIADA ESPECIAL A MIAMI

    08/11/2016 22h13

    A campanha do republicano Donald Trump contestou nesta terça (8) a votação antecipada em parte do Estado de Nevada, em uma tentativa de invalidar os votos de eleitores democratas.

    A campanha abriu um processo contra o autoridades do condado de Clark, em Nevada, por terem deixado as urnas abertas duas horas além do tempo previsto. De acordo com a ação movida por Trump, isso foi feito "para ajudar Hillary Clinton".

    Trump requisitou que urnas eletrônicas e cédulas eleitorais "sejam mantidas separadas e guardadas" para a eventualidade de "contestações pós-eleição".

    "Precisamos manter o sistema honesto. Essa é uma situação muito séria. Tenho falado sobre o sistema fraudado há muito tempo. Recorreremos aos juízes sempre que for necessário", disse o republicano à rede Fox News.

    Durante a votação antecipada, o condado manteve locais de votações abertos para dar conta das filas.

    Trump queria invalidar esses votos. Como a maioria dos eleitores era hispânica, os votos seriam majoritariamente na democrata Hillary Clinton.

    Mas uma juíza de Nevada, Gloria Sturman, rejeitou o pedido dos advogados de Trump de que fossem separados os votos de quatro locais de votação antecipada no condado, onde houve comparecimento recorde de hispânicos, e eventualmente não fossem incluídos na contagem final. Ela afirmou que o condado já mantém esses registros de forma separada, então não haveria necessidade.

    A juíza também rejeitou o pedido de divulgação dos nomes das autoridades que estavam supervisionando esses locais de votação.

    "Você não olha o Twitter? Existem vários "trolls" [de internet] que poderiam pegar essas informações para atormentar pessoas que apenas quiseram ajudar seus concidadãos a votar."

    NOVAS CONTESTAÇÕES

    Analistas acreditam que a campanha de Trump apresentou a ação no condado de Clark como estratégia para fazer novas contestações a partir desta quarta-feira (9).

    A eleição em Nevada estava muito apertada e, se esses votos forem invalidados, poderia significar a vitória de Trump –a média das pesquisas mostrava o republicano com 45,8% dos votos e a rival democrata com 45%.

    Entidades de defesa do direito ao voto manifestaram preocupação em relação à possível intimidação de eleitores, principalmente minorias como os hispânicos, que poderiam ter sua cidadania questionada.

    À Fox News Trump não disse se pretendia contestar o resultado da eleição, mas afirmou que havia relatos de fraude em todo o país. "Está acontecendo em vários lugares, nas urnas eletrônicas, você escolhe um republicano e eles registram um democrata, houve várias reclamações hoje [terça]."

    Em uma área perto de Pittsburgh (no Estado da Pensilvânia), eleitores relataram que as urnas eletrônicas estavam trocando o voto em Trump por um em Hillary. Mas, segundo o relato, as urnas foram consertadas.

    INCIDENTES

    Incidentes isolados de intimidação de eleitores foram relatados ao longo do dia. Em East Lansing, Michigan, local de grande concentração de muçulmanos, um homem tentou impedir que duas mulheres usando o hijab (véu) pudessem votar.

    "Na Flórida, continuamos a receber muitas reclamações de intimidação de eleitores", disse Kristen Clarke, presidente do comitê dos advogados para direitos civis. "Notamos um pequeno aumento no número de casos de intimidação [em relação a 2012]."

    No condado de Broward, na Flórida, dois funcionários de um posto de votação foram dispensados depois de uma desavença entre eles sobre como lidar com reclamações de intimidação

    No posto de votação visitado pela Folha, no bairro de Edgewater, em Miami, a situação estava tranquila. "Tivemos um observador de votação aqui, mas ele ficou de longe, só tirando foto", disse o inspetor Sheldon Allwood.

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