Cerca de cinco mil pessoas se reuniram na frente da prefeitura de Los Angeles na noite de quarta-feira (9), com cartazes, bandeiras e gritos de guerra contra o presidente eleito Donald Trump.

"O problema não é tanto Trump e sim a plataforma que ele criou para as pessoas poderem ser racistas e discriminatórias", disse a estudante Joceline Renero, 19, com lágrimas nos olhos. Ela levava uma grande bandeira do México, país dos seus pais, que também são cidadãos americanos. "Minha mãe chorou a manhã toda."

A professora muçulmana de árabe Yafa Aweinat, 28 anos, veio com uma amiga e disse que passou o dia acalmando seus estudantes, crianças e adolescentes. "Estou tranquila e falamos sobre como não precisamos ter medo de Trump. Se fizermos as coisas certas, Deus estará do nosso lado sempre", disse Yafa, que não votou em nenhum candidato a presidente, apenas nos referendos locais.

A manifestação deixou a prefeitura e completou uma volta de mais de uma hora pelo centro da cidade, passando por Skid Row, região conhecida pela população de rua, que dobrou de tamanho nos últimos anos. A sem-teto Sandra, 53 anos, arrumava sua tenda de acampamento na calçada enquanto a multidão passava fazendo barulho.

"Estou brava porque picharam meu prédio", disse, sobre o edifício em frente onde se instalou provisoriamente faz seis meses. "Odeio Trump, mas não preciso sair às ruas. A sociedade não está pronta para uma presidente mulher."