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    eleições nos eua

    Histórico da relação entre Obama e Trump é de ataques mútuos

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    10/11/2016 21h32

    A hostilidade entre Donald Trump e Hillary Clinton parecia circunstancial. Os Clinton foram ao casamento do empresário, suas filhas Ivanka e Chelsea eram amigas, e Bill e Donald, parceiros de golfe.

    Já a relação entre Barack Obama e o presidente eleito sempre foi azeda.

    Jason Reed/Reuters
    Cena de vídeo apresentado durante o jantar anual da Associação dos Correspondentes da Casa Branca, em Washington (EUA). O presidente norte-americano Barack Obama disse que o empresário Donald Trump, que quer se candidatar à presidência, "realmente traria mudanças", enquanto o vídeo mostrava a Casa Branca como um cassino, com campo de golfe e mulheres de biquíni no gramado. *** A picture shows what U.S. President Barack Obama said Donald Trump would do to the White House if he became President in the 2012 elections, during Obama's remarks at the annual White House Correspondents Association Dinner in Washington in this April 30, 2011 file photo. Trump said on Sunday that President Barack Obama did a "pretty good" job mocking him at a Washington gala on Saturday evening. In remarks at the annual White House Correspondents' Association dinner on Saturday evening, Obama joked about the "birther" debate, Trump's possible presidential ambitions and his experience as a reality TV star. REUTERS/Jason Reed/Files (UNITED STATES - Tags: POLITICS BUSINESS ENTERTAINMENT ELECTIONS MEDIA)
    Em 2011, diante de Trump, Obama 'prevê' a Casa Branca do republicano, com golfe, cassino e biquínis

    Em 2011, Trump ainda não o conhecia, mas, já com pretensões eleitorais, decidiu atacar o democrata que ganhou ares de rockstar na campanha de 2008.

    Disparou declarações como "por que ele não mostra a certidão de nascimento?" e "estou começando a achar que ele não nasceu aqui". Alimentava a tese de que o filho de queniano com americana era estrangeiro e não podia, pela Constituição, ser presidente.

    A campanha alimentou teorias de que ele seria um muçulmano de fora. O cristão Obama se viu obrigado a exibir o documento que prova sua origem: Honolulu, Havaí.

    O troco veio dias depois, no jantar com jornalistas, na Casa Branca, em que presidentes tradicionalmente fazem piadas. Trump, que apresentava "O Aprendiz - Celebridades", era um dos convidados.

    "Ninguém está mais interessado em deixar essa história para trás do que o Donald", disse Obama. "Ele finalmente pode focar temas que importam, como: 'Nós falsificamos a viagem à lua?'".

    Zombou do programa de Trump -escolher entre demitir o rapper Lil Jon, o roqueiro Meatloaf ou o ator Gary Busey "é o tipo de decisão que me manteria acordado à noite".

    Trump sorria constrangido. "Aquela noite de linchamento público, em vez de despachar o sr. Trump, acelerou seus esforços selvagens para ganhar estatura no mundo político", escreveu à época o "New York Times".

    Há anos o empresário visava a Casa Branca. Em 1988, disse à apresentadora Oprah Winfrey que concorreria, e em 1999 se lançou pela terceira via, no Partido da Reforma.

    No jantar de 2016, Obama voltou à carga, desta vez sem Trump, já o preferido para virar candidato dos republicanos, na plateia. "Você tem uma sala cheia de câmeras, e ele recusa o convite. O jantar é muito cafona para ele? O que ele pode estar fazendo? Comendo seu filé [da marca] Trump ou tuitando insultos para Angela Merkel?"

    Reencontraram-se meses depois, na Casa Branca, onde trocaram um aperto de mão, o presidente e seu sucessor.

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