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    Rebeldes sírios voltam a ser bombardeados em Aleppo após 28 dias

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    15/11/2016 14h38

    Ammar Abdullah - 15.nov.2016/Reuters
    A damaged ambulance is pictured after an airstrike on the rebel-held town of Atareb, in the countryside west of Aleppo, Syria November 15, 2016. REUTERS/Ammar Abdullah ORG XMIT: gggSYR02
    Veículo danificado após ataque aéreo em Atareb, área controlada por rebeldes nos arredores de Aleppo

    A força aérea síria bombardeou nesta terça-feira, pela primeira vez em quase um mês, áreas residenciais no leste de Aleppo, controlado pelos rebeldes, afirmou o (OSDH) Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

    No mesmo dia, a Rússia passou a realizar ataques aéreos no país a partir de um porta-aviões no Mar Mediterrâneo.

    "As forças do regime bombardearam e lançaram barris de explosivos em bairros residenciais do leste de Aleppo pela primeira vez desde 18 de outubro", informou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.

    Um fotógrafo da AFP indicou que os bairros de Sakhur e Masakan Hanano foram atingidos pelos ataques, que aconteceram no momento em que caças-bombardeiros que decolaram do porta-aviões russo Almirante Kuznetsov no Mediterrâneo bombardearam pela primeira vez posições de grupos jihadistas na Síria, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.

    Os bombardeios ao leste de Aleppo encerram um período de relativa calma para mais de 250 mil pessoas que vivem naquela área controlada por rebeldes.

    Aleppo, antiga capital econômica da Síria, é uma cidade-chave tanto para o regime de Bashar al-Assad quanto para seus opositores, que se enfrentam desde 2011, em uma guerra que já deixou mais de 300 mil mortos.

    Em setembro passado, o governo lançou uma operação para reconquistar a cidade. A ofensiva, apoiada pela aviação russa, deixou centenas de mortos no leste e destruiu a infraestrutura, incluindo hospitais.

    RÚSSIA INTENSIFICA ATAQUES

    A Rússia realizou nesta terça-feira (15) seus primeiros ataques aéreos sobre a Síria a partir de seus porta-aviões no Mediterrâneo.

    "Pela primeira vez na história da frota russa, o porta-aviões Almirante Kuznetsov participou de operações armadas", fazendo decolar aviões Su-33, declarou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, durante uma reunião com o presidente Vladimir Putin e o Estado Maior.

    O exército russo, segundo ele, começou uma operação de magnitude contra posições da organização Estado Islâmico (EI) e da Frente Fateh al-Sham (ex-Frente al-Nusra, Al-Qaeda na Síria) nas regiões de Idleb e Homs, no noroeste e centro do país. Esta operação também envolve a fragata russa Amiral Grigorovich, que disparou mísseis de cruzeiro Kalibr.

    De acordo com o OSDH, os ataques russos visaram as localidades de Saraqeb, Jisr al-Shughour, Ariha, Maaret al-Noomane, Kafar Nebbol, redutos da oposição, que controla quase toda a província.

    O porta-aviões Almirante Kuznetsov chegou na semana passada ao largo da costa da Síria para reforçar a presença militar russa no país dilacerado pela guerra desde 2011 e onde Moscou realiza há mais de um ano uma operação em apoio às forças do regime do presidente Bashar al-Assad.

    PRODUÇÃO ALIMENTAR EM NÍVEL MAIS BAIXO

    Neste contexto, a produção de alimentos na Síria caiu a um mínimo histórico devido à guerra e às condições meteorológicas, alertou nesta terça-feira a ONU e outras organizações.

    "A produção alimentar na Síria se encontra em um mínimo histórico (...), e o clima desfavorável em algumas regiões do país continua dificultando o acesso à terra, aos fornecimentos agrícolas e aos mercados", disseram as organizações.

    Estas condições "tornam cada vez mais difícil para os agricultores manter seus meios de subsistência e alimentar em um país assolado pela guerra".

    Cerca de 8,7 milhões de pessoas, mais de um terço da população síria, não dispõem de comida suficiente, segundo cifras da FAO (organismo da ONU voltado à alimentação e agricultura) e do PMA (Programa Mundial de Alimentos) divulgadas em agosto.

    Segundo uma missão de avaliação conjunta da FAO e do PMA, na temporada 2015-2016 as áreas reservadas ao cultivo de cereais foram de 900 mil hectares, comparado ao 1,5 milhão de antes da guerra.

    A produção mostra uma queda "ainda mais drástica", com 1,5 milhão de toneladas de trigo colhidas este ano, contra 3,4 milhões antes da guerra, ou 55% menos.

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