O presidente eleito Donald Trump e Mitt Romney, candidato republicano à Presidência em 2012, deixaram de lado a rivalidade feroz no sábado (19) e tiveram um encontro que alimentou ainda mais as especulações de que Romney poderia estar na mira para se tornar o novo secretário de Estado americano.

Trump também se reuniu por uma hora com o general da marinha aposentado James Mattis, que é considerado um forte candidato para ser secretário de Defesa ou ter outro cargo de alto escalão.

Trump e Romney saíram da reunião depois de 1h20. Trump disse a jornalistas que a conversa "foi ótima", e Romney disse que a dupla "teve uma conversa de grande projeção com relação aos vários cenários mundiais".

"Discutimos essas áreas e falamos sobre nossos pontos de vista nesses temas – uma discussão muito aprofundada para o tempo que tivemos. Eu agradeço a chance de falar com o presidente eleito e estou ansioso para ver o próximo governo e as coisas que ele vai fazer", disse Romney.

Trump, que posou muitas vezes para as câmeras, mas disse pouco ao longo do dia, falou muito de Mattis em frente ao pórtico da casa do clube de golfe em Bedminster, Nova Jersey, onde ele tem feito suas reuniões neste fim de semana.

Perguntado se Mattis poderia conseguir um emprego no governo Trump, o republicano disse: "Vamos ver. Ele é um homem brilhante e maravilhoso. Que carreira! Vamos ver o que acontece, mas ele é tudo isso mesmo."

Romney, que era um dos líderes do movimento "nunca Trump" no establishment republicano –que tentou impedir Trump de se tornar candidato–, foi o primeiro de uma longa lista de pessoas com que Trump se reuniu no sábado e deve se reunir no domingo, enquanto procura preencher o seu gabinete antes de tomar posse, em 20 de janeiro.

Em março, Romney disse que Trump seria perigoso como presidente, com políticas que poderiam se aproximar de uma recessão. Romney também disse: "Tenho medo de que quando se trata de política externa, ele é muito, muito não inteligente."

Trump tinha chamado Romney de "artista do sufocamento" por perder a eleição de 2012 para o presidente Barack Obama.

A reunião com Romney neste sábado, contudo, foi simbólica na tentativa de união do partido.