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    Sarkozy é derrotado em prévias da direita na França por ex-premiês

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/11/2016 20h39 - Atualizado às 00h26

    Dois ex-primeiros-ministros franceses, Alain Juppé e François Fillon, deixaram para trás o ex-presidente Nicolas Sarkozy e disputarão o 2º turno das primárias da oposição de direita do país no próximo domingo (27).

    Com mais de 3,8 milhões de votos contabilizados de 92% dos locais de votação, Fillon liderava com 44,2%, seguido por Juppé, com 28,4%. Sarkozy estava em terceiro, com 20,7% dos votos. Só nesta segunda-feira (21) é que será divulgado o resultado final das prévias do partido Os Republicanos.

    Ian Langsdon/Reuters
    O ex-presidente Nicolas Sarkozy discursa após perder as primárias de seu partido na França
    O ex-presidente Nicolas Sarkozy discursa após perder as primárias de seu partido na França

    Sarkozy admitiu sua derrota após o anúncio dos resultados parciais e disse que apoiará Fillon, que foi premiê (2007-2012) durante o seu governo, no segundo turno.

    "Tenho muita estima por Alain Juppé, mas me sinto mais próximo das escolhas políticas de François Fillon", disse o ex-presidente. "Não sinto amargura nem tristeza e torço pelo melhor para meu país", completou.

    Uma pesquisa realizada pela OpinionWay antes do primeiro turno colocava Fillon à frente de Juppé num segundo turno entre os dois, com 54% a 46% das intenções de voto, respectivamente.

    Com a esquerda francesa em desordem sob o comando do impopular François Hollande, pesquisas sugerem que o candidato presidencial do Os Republicanos é quem terá mais chances de derrotar a líder eurocética e anti-imigração da Frente Nacional, Marine Le Pen, na eleição de 23 de abril de 2017.

    A expectativa é que, dada a sua impopularidade e divisões, a esquerda no poder seja eliminada ainda no primeiro turno da eleição.

    Em ascensão, a extrema-direita tem se aproveitado das preocupações dos franceses relativas à segurança após os ataques terroristas desde 2015 e à crise migratória.

    Nos redutos da direita, longas filas se formaram nos locais de votação durante o domingo. "As pessoas sabem que isso é importante porque o candidato que for selecionado terá chances de ser eleito em 2017", ressalta Madi Latil, presidente de um colégio eleitoral em Nice (sudeste).

    Com a França em estado de emergência desde os ataques de novembro de 2015, patrulhas foram reforçadas nas proximidades dos cerca de
    10 mil locais de votação.

    PROPOSTAS

    A campanha francesa tem se concentrado, até agora, em questões como segurança, migração, integração e proteção das fronteiras.

    Dos três, Sarkozy foi o que adotou linguagem mais dura sobre imigração e muçulmanos, esperando atrair o eleitor de Le Pen, mas não adiantou.

    Católico, pai de cinco filhos, Fillon, 62, tem um projeto muito liberal no plano econômico e conservador em questões sociais. Ele defende, por exemplo, proibir a adoção a casais homossexuais.

    Juppé, 72, por sua vez, tem tentado reconstruir sua imagem política -em 2004, ele foi condenado por um esquema de corrupção na prefeitura de Paris. Para isso, o ex-premiê (1995-1997) tem defendido valores como a liberdade religiosa e a diversidade.

    Os três, contudo, concordam em reduzir os impostos e a máquina pública.

    Ainda não está claro se a derrota de Sarkozy, que não era esperada até alguns dias atrás, marcará sua saída definitiva da vida política.

    Ele já havia dito que não disputaria mais nenhum cargo quando perdeu, em 2012, para Hollande. O ex-presidente, entretanto, retornou à cena política em 2014.

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