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    Farc acusam existência de 'novo genocídio' na Colômbia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    21/11/2016 16h52

    Yamil Lage/AFP
    Commander of the FARC-EP leftist guerrillas Ivan Marquez reads a statement during the peace talks with the Colombian government at the Convention Palace in Havana, on May 13, 2016. Colombian President Juan Manuel Santos said Friday that he hoped the war with Marxist FARC rebels would end "very soon" after further progress this week on peace talks in Cuba. / AFP PHOTO / YAMIL LAGE ORG XMIT: HAV04
    Iván Márquez, principal negociador das Farc nas conversas sobre o acordo de paz

    As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) fizeram um alerta, nesta segunda-feira (21), contra o que chamam de "um novo genocídio" em curso na Colômbia, com o assassinato de líderes de movimentos sociais.

    A guerrilha afirma que tais crimes podem colocar em risco o acordo de paz e pediu ao governo que impeça mais assassinatos como os ocorridos nos últimos dias.

    "Um novo genocídio está em andamento contra líderes sociais e camponeses", disse a guerrilha em uma carta aberta dirigida ao presidente Juan Manuel Santos, publicado no site da guerrilha (www.farc-ep.co), onde recorda o que aconteceu com a União Patriótica (UP), partido de esquerda que teve mais de 3.000 militantes mortes por paramilitares nos anos 1990.

    "É tão grave a situação que nas últimas 48 horas ocorreram três mortes e dois atentados", informou a guerrilha, assegurando que "quem está por trás desses assassinatos seletivos e de caráter político são os mesmos que obtiveram dinheiro, poder e privilégios graças à guerra fratricida que por mais de 52 anos destruiu o país".

    Para as Farc, "ninguém explica o motivo de, havendo determinação de acabar com a guerra, não tomarem as decisões que efetivamente desarticulem o paramilitarismo", que oficialmente se desmobilizou há uma década, mas cujos remanescentes são suspeitos desses assassinatos.

    Na carta, assinada pelo secretário das Farc, a guerrilha diz a Santos que "se (ele) está comprometido com a paz da Colômbia, que aja colocando um ponto final nesse extermínio de inocentes" e implemente "já o acordo sobre garantias de segurança", o qual faz parte do acordo de paz.

    Há uma semana, em Havana, as Farc e o governo colombiano chegaram a um segundo acordo de paz, depois que o primeiro foi rejeitado no referendo de 2 de outubro.

    Governo e guerrilheiros pediram uma rápida implementação desse acordo, devido à "fragilidade" do cessar-fogo estabelecido no fim de agosto, mantido enquanto se renegociava o pacto para incluir as propostas da oposição, liderada pelo ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe.

    No fim de semana, a missão da OEA (Organização dos Estados Americanos), que apoia o processo de paz, informou estar "preocupada" com a segurança dos líderes dos movimentos sociais.

    O órgão citou ainda um relatório em que tais movimentos advertiam o governo colombiano sobre a morte de 33 de seus membros só em 2016. A maioria dos assassinatos e ameaças de morte ocorreram no sul e no sudoeste do país.

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