Yamil Lage/AFP | ||
Iván Márquez, principal negociador das Farc nas conversas sobre o acordo de paz |
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Mundo
Thursday, 02-May-2024 20:59:01 -03Farc acusam existência de 'novo genocídio' na Colômbia
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
21/11/2016 16h52
As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) fizeram um alerta, nesta segunda-feira (21), contra o que chamam de "um novo genocídio" em curso na Colômbia, com o assassinato de líderes de movimentos sociais.
A guerrilha afirma que tais crimes podem colocar em risco o acordo de paz e pediu ao governo que impeça mais assassinatos como os ocorridos nos últimos dias.
"Um novo genocídio está em andamento contra líderes sociais e camponeses", disse a guerrilha em uma carta aberta dirigida ao presidente Juan Manuel Santos, publicado no site da guerrilha (www.farc-ep.co), onde recorda o que aconteceu com a União Patriótica (UP), partido de esquerda que teve mais de 3.000 militantes mortes por paramilitares nos anos 1990.
"É tão grave a situação que nas últimas 48 horas ocorreram três mortes e dois atentados", informou a guerrilha, assegurando que "quem está por trás desses assassinatos seletivos e de caráter político são os mesmos que obtiveram dinheiro, poder e privilégios graças à guerra fratricida que por mais de 52 anos destruiu o país".
Para as Farc, "ninguém explica o motivo de, havendo determinação de acabar com a guerra, não tomarem as decisões que efetivamente desarticulem o paramilitarismo", que oficialmente se desmobilizou há uma década, mas cujos remanescentes são suspeitos desses assassinatos.
Na carta, assinada pelo secretário das Farc, a guerrilha diz a Santos que "se (ele) está comprometido com a paz da Colômbia, que aja colocando um ponto final nesse extermínio de inocentes" e implemente "já o acordo sobre garantias de segurança", o qual faz parte do acordo de paz.
Há uma semana, em Havana, as Farc e o governo colombiano chegaram a um segundo acordo de paz, depois que o primeiro foi rejeitado no referendo de 2 de outubro.
Governo e guerrilheiros pediram uma rápida implementação desse acordo, devido à "fragilidade" do cessar-fogo estabelecido no fim de agosto, mantido enquanto se renegociava o pacto para incluir as propostas da oposição, liderada pelo ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe.
No fim de semana, a missão da OEA (Organização dos Estados Americanos), que apoia o processo de paz, informou estar "preocupada" com a segurança dos líderes dos movimentos sociais.
O órgão citou ainda um relatório em que tais movimentos advertiam o governo colombiano sobre a morte de 33 de seus membros só em 2016. A maioria dos assassinatos e ameaças de morte ocorreram no sul e no sudoeste do país.
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