O presidente eleito dos EUA, o republicano Donald Trump, chamou neste sábado (26) o pedido do Partido Verde para recontagem de votos em Wisconsin de "ridículo". Ele argumentou que mesmo a democrata Hillary Clinton, que ficou em segundo lugar no pleito, disse que o resultado das urnas deveria ser aceito.

"Isto é um golpe do Partido Verde em uma eleição que já foi reconhecida, e os resultados devem ser respeitados em vez de ser contestados como está fazendo Jill Stein [líder do Partido Verde]", afirmou Trump, em um comunicado.

O republicano acrescentou ainda, na nota, que a recontagem "é uma maneira para Jill Stein, que recebeu menos de 1% dos votos, encher seus cofres com dinheiro, do qual a maior parte ela nunca gastará nesta ridícula recontagem".

A equipe de campanha de Hillary, no entanto, participará da recontagem de votos em Wisconsin. Marc Elias, advogado da campanha da democrata, disse que a equipe participará da recontagem em Wisconsin e também na Pensilvânia e em Michigan, se recontagens ocorrerem nesses Estados.

A democrata mantinha liderança nas pesquisas de intenção de voto nesses Estados e foi derrotada por margens estreitas, o que contribuiu decisivamente para o resultado da corrida pela Casa Branca.

Elias disse em nota que a campanha de Hillary não planejava pedir a recontagem desde que uma investigação própria não encontrou qualquer sinal de irregularidade no sistema de votação. "Mas agora que a recontagem foi iniciada em Wisconsin, nós pretendemos participar para nos assegurar que o processo ocorreu de maneira justa para todos os lados."

A campanha de Clinton deverá ser legalmente representada em Wisconsin para monitorar a recontagem de votos, disse o advogado.

ARRECADAÇÃO

O conselho eleitoral de Wisconsin aprovou nesta sexta-feira (25) a recontagem dos votos para a Presidência dos Estados Unidos solicitada por Jill Stein.

A equipe da candidata do Partido Verde anunciou nesta quinta-feira (24) ter arrecadado US$ 2,5 milhões (R$ 8,5 milhões) para cobrir os custos da recontagem dos votos em Wisconsin. A sigla pretende levantar outros US$ 2 milhões (R$ 6,8 milhões) para auditar os votos em Michigan e na Pensilvânia.

A sigla argumenta que sistemas eletrônicos de votação utilizados nesses Estados podem ter falhas de segurança, tornando-os "altamente vulneráveis" a fraudes e ataques de hackers. Muitas das urnas eletrônicas emitem um comprovante dos votos em papel, permitindo que sejam recontados manualmente.