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    ONU agrava sanções contra Coreia do Norte para dificultar programa nuclear

    SOMINI SENGUPTA
    JANE PERLEZ
    DO "NEW YORK TIMES", NAS NAÇÕES UNIDAS

    01/12/2016 12h08

    Em um esforço para endurecer sanções que até agora praticamente não conseguiram estrangular o programa nuclear da Coreia do Norte, o Conselho de Segurança impôs na quarta-feira (30) um teto às exportações de carvão, principal fonte de divisas do país.

    Adotada pelo Conselho por unanimidade, incluindo pela China, as novas sanções foram decididas no momento em que a Coreia do Norte avança rumo à sua meta de construir uma ogiva nuclear funcional. Esse fato gera um desafio grave de segurança pública para o futuro governo de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, que durante sua campanha descreveu o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, como "louco", mas não disse nada em relação a como conter suas ambições nucleares.

    Como foi o caso com as sanções originais, que o Conselho de Segurança adotou em março, a chave para a aplicação dessas novas penalidades continua nas mãos da China, principal protetora da Coreia do Norte e maior compradora de seu carvão.

    As novas restrições ao carvão norte-coreano puderam ser aprovadas por Pequim com relativa facilidade. Elas funcionam para expressar o desagrado da China com a agenda de Kim, mas não chegam a ter efeitos paralisadores sobre seu país.

    Na quarta-feira o representante permanente da China nas Nações Unidas, Liu Jieyi, exortou a Coreia do Norte a sustar seus testes nucleares, dizendo que eles prejudicam a estabilidade regional e os "interesses estratégicos" de Pequim. Ele disse que a resolução é prova "da postura uniforme da comunidade internacional".

    Samantha Power, a embaixadora dos EUA na ONU, disse na quarta-feira que "os Estados Unidos reconhecem que a China está cooperando estreitamente conosco". As negociações duraram três meses, tendo começado após o quinto e mais recente ensaio nuclear realizado por Pyongyang, em setembro.

    Saudadas pelos EUA na época como "abrangentes", as sanções originais buscavam limitar as exportações de carvão, exceto para finalidades de "subsistência". Apesar das sanções, as exportações para a China aumentaram.

    Representantes dos EUA reconheceram esta semana que as sanções originais eram um tanto vagas. A nova resolução pretende eliminar US$ 700 milhões (R$ 2,4 bilhões) da receita norte-coreana vinda do carvão. A resolução determina que a Coreia do Norte não poderá vender mais de 7,5 milhões de toneladas de carvão por ano ou receber mais de US$ 400 milhões (R$ 1,37 bilhão) por essas vendas.

    Autoridades dos EUA vêm avisando há meses que a capacidade nuclear norte-coreana vem crescendo agudamente. Seus ensaios balísticos e nucleares, o mais recente dos quais realizado em setembro, foram acelerados, apesar das sanções impostas em março.

    Tradução de CLARA ALLAIN

    Editoria de Arte/Folhapress
    Raio-x Coreia do Norte
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