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    Ex-prefeito de NY desiste de cargo no governo Trump

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    10/12/2016 02h00

    Inicialmente o favorito para ser o secretário de Estado do governo de Donald Trump, o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani saiu do páreo. Entre os cotados para assumir o cargo, considerado o número dois do governo, estão o ex-candidato presidencial Mitt Romney, o senador Bob Corker e o ex-presidente da Ford Alan Mulally.

    Segundo a equipe de transição, Giuliani se retirou da disputa no último dia 29. Um dos mais agressivos defensores de Trump na corrida presidencial, ele fez campanha aberta pela posição de secretário de Estado após a eleição, mas foi perdendo espaço enquanto vários outros candidatos eram avaliados por Trump.

    "A coisa toda ficou meio confusa e difícil para o presidente eleito. Meu desejo de estar no gabinete era grande, mas nem tanto", disse o ex-prefeito à rede Fox. "Ele tem vários candidatos excelentes e eu achei que poderia ter um papel melhor de fora continuando a ser seu amigo próximo e conselheiro."

    Giuliani disse que o cargo de secretário de Estado, equivalente a ministro do Exterior, era o único que o interessava. A vontade de aparecer demais também pode ter desagradado o dono do show, disse ao site Politico um dos membros da equipe de transição.

    "Giuliani começou a fazer entrevistas com ele mesmo e isso começou a incomodar. Você nunca deve ser mais controvertido que o chefe", disse.

    Enquanto não decide quem comandará sua diplomacia, Trump cercou-se de generais da reserva nas nomeações que fez até agora. São três, todos considerados linha-dura, a começar pelo assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn, que aponta com veemência o "ilsã radical" como o inimigo na guerra ao terror.

    A possível nomeação de Giuliani havia causado preocupação entre analistas, pelas posições extremas que adotou na campanha.

    Mitt Romney é relativamente bem visto, por ser mais moderado e ter estatura para se impor diante de Trump.

    Os dois já tiveram dois encontros, tentando demonstrar que superaram os rancores da campanha, quando Romney foi um dos mais ferozes críticos de Trump. Mas o bilionário mantem a seleção em estilo de reality show, perfilando os pretendentes e gostando do suspense.

    De interesse direto do Brasil, o departamento de Américas, segundo a Folha apurou, deve ser chefiado pelo diplomata de carreira Bill Brownfield, que já foi embaixador dos EUA na Colômbia, na Venezuela e no Chile.

    MENOS CONFLITO

    Um levantamento da agência Associated Press revelou que Trump vendeu algumas de suas empresas dias após ganhar a eleição. Quatro delas tinham conexões com negócios na Arábia Saudita. Desde que venceu a eleição, Trump tem sido pressionado a se desligar de seus negócios para evitar conflito de interesses com a Presidência.

    Alan Garten, diretor geral da Organização Trump, disse à agência que não há negócios atualmente com a Arábia Saudita. Ele disse não saber o que motivou a abertura das empresas e em que tipo de negócios elas se envolveram.

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