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    Ataque em catedral mata ao menos 25 no Cairo, no Egito

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    11/12/2016 08h00

    Omar El-Hady/Associated Press
    Egyptian security forces examine the scene inside St. Mark Cathedral in central Cairo, following a bombing, Sunday, Dec. 11, 2016. The blast at Egypt's main Coptic Christian cathedral killed dozens of people and wounded many others on Sunday, according to Egyptian state television, making it one of the deadliest attacks carried out against the religious minority in recent memory. (Omar El-Hady via AP) ORG XMIT: CAI106
    Explosão no Egito mata 20

    Ao menos 25 pessoas morreram neste domingo em uma explosão no interior de uma igreja copta ortodoxa no Cairo, no pior ataque contra esta minoria religiosa na história recente do país.

    A explosão aconteceu no meio da manhã na Igreja de São Pedro e São Paulo e nenhum movimento reivindicou por ora o atentado.

    Citando fontes da segurança, a TV estatal afirmou que a bomba, que explodiu no salão principal do templo foi fabricada com 12 kg de TNT.

    No interior da igreja, horas depois do atentado, reinava um odor intenso de sangue, constatou o jornalista da AFP. Espalhados no chão cacos dos vitrais destruídos junto a sapatos e outros objetos pessoais dos fiéis.

    As ambulância retiraram as vítimas sob vigilância das forças de segurança.

    "Este templo é profundamente amado por muitos fieis coptas no Caior, que comparecem em massa às missas", explicou o bispo Angaelos, bispo-geral da Igreja copta na Grã-Bretanha.

    Segundo Angaelos, os serviços religiosos de domingo foram realizados nesta igreja devido aos trabalhos de reforma em curso na catedral.

    A polícia estabeleceu um perímetro de segurança, enquanto que uma pequena multidão gritava condenando o ataque e pedindo a demissão do ministro do Interior.

    ALVO FÁCIL

    As autoridades vão examinar o conteúdo das câmeras de segurança da Igreja para tentar localizar o autor ou autores do ataque.

    "É um alvo fácil porque a entrada se encontra no exterior do perímetro da catedral e não está protegida", afirmou o bispo.

    Por sua parte, o papa Tawadros II interrompeu sua visita à Grécia para voltar à capital egípcia em função da tragédia.

    Em um comunicado postado no Facebook, a Igreja copta pediu a "unidade nacional que une os egípcios na terra abençoada do Egito".

    O presidente egípcio Abdel Fatah al Sissi condenou o ataque, que classificou de "covarde", e declarou três dias de luto nacional.

    "O atentado é dirigido contra a nação com seus cristãos e seus muçulmanos. O Egito sairá mais unido", assegurou.

    O primeiro-ministro egípcio Sherif Ismail reagiu em um comunicado: "Os muçulmanos e os cristãos da nação se solidarizam contra este ato de terrorismo".

    O ímã da Al Azhar, a mais alta instituição do islã sunita no Egito, também condenou o ataque, denunciando o terrorismo dirigido "contra almas inocentes".

    Os coptas ortodoxos do Egito formam a minoria cristã mais numerosa do Oriente Médio e uma das mais antigas.

    Em 1o. de janeiro de 2011, um atentado não reivindicado deixou 23 mortos e cerca de 80 feridos, a maioria cristãos, na saída de uma igreja copta após a missa do Ano Novo em Alexandria, segunda cidade do país.

    Em 8 de março desse ano, 13 pessoas foram assassinadas em enfrentamentos entre muçulmanos e coptas no bairro pobre de Moqatan, no Cairo, onde centenas de cristãos haviam se concentrado para protestar contra o incêndio de uma igreja no sul da capital.

    Dois meses mais tarde, novos confrontos interreligiosos deixaram 12 mortos coptas e mais de 200 feridos em um bairro do Cairo, onde uma igreja foi atacada e outra incendiada.

    Os coptas, pouco representados no Governo, se consideram discriminados pela administração pública de um modo geral.

    O fortalecimento de um Islã rigoroso agrava o sentimento de marginalização, principalmente desde a queda do presidente Hosni Mubarak, em 2011, que se traduziu por uma degradação do clima de segurança e uma presença maior dos islamitas.

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