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    Maduro ordena fechamento da fronteira com a Colômbia por 72 horas

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    12/12/2016 22h13

    O presidente venezuelano Nicolás Maduro ordenou, nesta segunda-feira (12), o fechamento da fronteira com a Colômbia por 72 horas. O objetivo, segundo o bolivariano, é conter as "máfias" que estariam tentando "prejudicar" a economia do país contrabandeando bolívares.

    Mais cedo, ele havia anunciado a retirada de circulação das cédulas de 100 bolívares –as maiores notas da moeda hoje– sob a mesma alegação.

    Em seu programa de televisão, Maduro disse que uma investigação de dois anos teria apontado a existência de depósitos de bolívares do outro lado da fronteira – na versão do presidente, esses locais estariam "nas mãos das máfias da Colômbia e do Brasil".

    SCHNEYDER MENDOZA /AFP
    Pessoas atravessam a ponte Simón Bolívar, na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia
    Pessoas atravessam a ponte Simón Bolívar, na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia

    "Tomei a decisão de fechar a fronteira com a Colômbia por 72 horas", afirmou Maduro na noite de segunda, em pronunciamento oficial nas emissoras de TV.

    Ele disse ainda esperar que o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, permitisse que se corrigisse a "distorção que prejudica a economia". "Na fronteira da Colômbia, todas as casas de câmbio estão nas mãos de máfias vinculadas à direita."

    Em agosto de 2015, Maduro já havia ordenado o fechamento da fronteira entre os dois países –que durou quase um ano para "acabar com o contrabando" e normalizar o abastecimento de alimentos e produtos básicos. Só em agosto deste ano que os presidentes dos dois países fizeram um acordo para reabrir as passagens.

    Durante o dia, apoiadores de Maduro tinham circulado, nas redes sociais, imagens que seriam de criminosos tentando contrabandear dinheiro para a Venezuela como se fosse droga.

    Segundo o governo venezuelano, a tática seria usada para inflar a cotação do bolívar em relação ao peso colombiano. A taxa, chamada de dólar Cúcuta, é usada pelo comércio como base para a importação de alimentos.

    Maduro ainda acusou o Departamento de Estado americano de estar por trás da operação que, segundo ele, tem o propósito de "desestabilizar a nossa economia e sociedade. Deixar o país sem a nota de 100 bolívares."

    A cédula é a de maior denominação da Venezuela, embora valha R$ 34 pela cotação oficial –praticamente restrita a compras do governo– e R$ 0,06 no mercado paralelo, o mais usado pelos venezuelanos.

    Os venezuelanos vão poder trocar as notas em dez dias a contar da próxima quinta (15). A segurança nos bancos será reforçada, assim como na fronteira, para impedir a entrada das cédulas que estão no exterior.

    A situação poderá ser amenizada a partir da quinta, quando começa a circular a nova família de moedas e notas do bolívar. Neste caso, as cédulas serão de 500, 1.000, 2.000, 5.000, 10.000 e 20.000.

    Schneyder Mendoza/AFP
    Mulher leva três maços de 100 bolívares para trocar por pesos em Villa del Rosario, na Colômbia
    Mulher leva três maços de 100 bolívares para trocar por pesos em Villa del Rosario, na Colômbia
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