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    Assembleia Nacional julga Maduro culpado pela crise na Venezuela

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    13/12/2016 20h56

    A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou nesta terça-feira (13) declaração que considera o presidente Nicolás Maduro responsável pela grave crise econômica e política que afeta o país.

    A decisão parlamentar, que não tem capacidade de tirar o mandatário do poder, foi aprovada por unanimidade pelos deputados da oposição depois que a bancada chavista deixou o plenário em protesto contra a votação.

    Marco Bello/Reuters
    Plenário da Assembleia Nacional da Venezuela se prepara para votar julgamento político contra Maduro
    Plenário da Assembleia Nacional da Venezuela se prepara para votar julgamento político contra Maduro

    O presidente do Parlamento, Henry Ramos Allup, voltou a defender uma nova eleição para presidente no país como solução para o fim da crise e chamou o governo de de "falido e fora da lei".

    "A situação do país ficará muito pior enquanto permanecer este governo. É preciso votar para poder comer."

    A declaração de julgamento político foi detonada pela oposição, que domina o Legislativo, depois que a Justiça anulou em outubro uma etapa do referendo que poderia tirar Maduro do poder.

    Parte da coleta das assinaturas que assegurariam a consulta foi derrubada em cinco dos 23 Estados venezuelanos por supostas irregularidades. Antes da anulação, o Conselho Nacional Eleitoral havia protelado os prazos das etapas para evitar que a votação ocorresse.

    Tanto o órgão eleitoral quanto o Judiciário são dominados por aliados do chavismo. Em novembro, o Tribunal Supremo de Justiça havia proibido a votação, mas o Legislativo disse que seguiria adiante mesmo em desacato.

    A decisão deve adicionar um novo componente à crise política no país. No início do mês, oposição e governo tentaram negociar um acordo, mas os adversários do chavismo suspenderam o diálogo porque exigem novas eleições.

    BOLÍVARES

    A decisão do Legislativo é tomada um dia depois de Maduro decretar a retirada de circulação da nota de 100 bolívares, a de maior denominação, e fechar a fronteira com a Colômbia por três dias.

    O mandatário disse ter tomado a decisão sob a alegação de que quadrilhas baseadas na Colômbia e apoiadas pelo Departamento de Estado dos EUA estariam estocando as cédulas para "desestabilizar a economia do país".

    No primeiro dos três dias em que os venezuelanos vão poder trocar as cédulas nos bancos, milhares de pessoas fizeram filas com maços de notas para trocarem a cédula pelas novas moedas de 100.

    Embora seja a de maior denominação, ela vale R$ 0,49 na maior cotação oficial e R$ 0,06 na paralela. Quem perder o prazo de troca nos bancos terá dez dias para ir ao Banco Central, que tem sede só em Caracas e em Maracay.

    Do lado colombiano, comerciantes de Cúcuta amargam o prejuízo. Grande parte dos estabelecimentos aceitavam bolívares, que não vão poder ser substituídos. A TV RCN mostrou um grupo atirando o dinheiro para o alto.

    O ministro do Interior, Néstor Reverol, dizem que "há comprovação plena" da existência de galpões com notas de 100 bolívares na Colômbia, na Europa e na Ásia, como parte da conspiração liderada pelos Estados Unidos.

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