O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar nesta quinta-feira (15) o presidente Barack Obama pela acusação de suposta espionagem eletrônica da Rússia às eleições presidenciais americanas.
Em outubro —antes da eleição—, o governo acusou hackers russos de vazarem comunicações das equipes da campanha eleitoral para o WikiLeaks. A maioria das revelações vinham do Partido Democrata.
| Albin Lohr-Jones - 14.dez.2016/CNP/ZUMAPRESS/Xinhua | ||
 |
||
| O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, participa de reunião com executivos da indústria tecnológica |
Autoridades russas negaram todas as acusações de interferência na eleição dos EUA. O presidente eleito disse que não estava convencido do envolvimento russo, e membros de sua equipe consideraram a acusação ridícula.
Desta vez, Trump insinuou que o governo só acusou Moscou de hackear e revelar informações sobre a campanha dos democratas porque a ex-secretária de Estado Hillary Clinton perdeu a eleição para ele.
"Se a Rússia, ou qualquer entidade, estivesse espionando, por que a Casa Branca esperou tanto para atuar? Por que só reclamaram quando a Hillary perdeu?", disse, em mensagem no microblog Twitter.
As críticas provocaram uma reação enérgica do governo. O porta-voz da administração Obama, Josh Earnest, disse que Trump deveria parar de atacar os serviços de inteligência e apoiar a investigação ordenada por Obama.
"É óbvio que Trump sabia e que isto [a espionagem russa] é um fato. Ninguém na Casa Branca, no Congresso e nos serviços de inteligência acha engraçado que um adversário dos EUA esteja desestabilizando nossa democracia."
As declarações foram uma reação à CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), que acusa a Rússia de ajudar o republicano a se eleger. A informação de uma espionagem russa deixou ambos os partidos em alerta.
PUTIN
Nesta quinta (15), a rede de televisão NBC informou que os serviços de inteligência dos EUA têm "altos níveis de confiança" de que Putin está pessoalmente envolvido na campanha cibernética contra os americanos.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse ter ficado estupefato com a reportagem. "Acho que é só idiota, e a futilidade de convencer alguém de que isso é absolutamente óbvio", disse.
A reportagem foi feita com base em depoimentos de agentes americanos. Para o líder democrata no Senado, Harry Reid, Putin está envolvido na espionagem da eleição americana e ajudou Trump a vencer a eleição.
"Como ele [Putin] foi chefe da KGB [a agência de inteligência soviética], as acusações contra ele não deveriam deixar ninguém surpreso", disse.
As acusações são feitas no momento em que Trump faz diversos acenos a Moscou. Um deles foi a escolha para o Departamento de Estado de Rex Tillerson, executivo-chefe da ExxonMobil, que acertou negócios no país.