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    Atentado em ônibus na Turquia mata 13 soldados e deixa mais de 50 feridos

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    17/12/2016 08h04 - Atualizado às 19h35

    Reuters
    Pessoas ao redor do ônibus que sofreu atentado neste sábado (17) na Turquia
    Pessoas ao redor do ônibus que sofreu atentado neste sábado (17) na Turquia

    Ao menos 13 soldados turcos morreram e outros 56 ficaram feridos neste sábado (17) em um atentado contra o ônibus no qual viajavam na cidade de Kayseri, centro da Turquia, anunciou o exército.

    Os militares —soldados rasos ou suboficiais— tinham permissão para sair do quartel durante o dia, informou o exército em um comunicado. Os feridos foram levados para um hospital, mas o ataque também pode ter provocado vítimas civis.

    A explosão, às 8h45 no horário local (3h45 de Brasília), aconteceu uma semana depois de um atentado que deixou 44 mortos no centro de Istambul, reivindicado por um grupo armado curdo.

    O carro-bomba explodiu quando o ônibus passou a seu lado, de acordo com agências de notícias. Até o momento nenhum grupo reivindicou o ataque.

    O vice-primeiro-ministro Veysi Kaynak declarou que o ataque de Kayseri "infelizmente se parece" ao da semana passada em Istambul.

    As primeiras imagens exibidas pelos canais de televisão mostram um ônibus destruído com muita fumaça.

    O veículo pertencia à agência de transportes municipal de Kayseri, mas transportava militares para um mercado local, de acordo com a agência de notícias Dogan.

    Várias ambulâncias e viaturas da polícia seguiram para o local da explosão, assim como o ministro do Interior, Suleyman Soylu.

    O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi informado sobre o ataque pelo comandante do Estado-Maior, general Hulusi Akar.

    "O estilo e os objetivos dos ataques mostram claramente que o foco da organização terrorista separatista é a Turquia, cortar sua força e fazer com que ela concentre sua energia e forças em outros lugares", disse Erdogan em comunicado.

    "Sabemos que estes ataques que estamos sendo submetidos não são independentes dos desenvolvimentos na nossa região, especialmente no Iraque e na Síria."

    O governo determinou a proibição temporária da divulgação de imagens do ataque, uma medida que foi aplicada após os principais incidentes nos últimos meses.

    Kayseri é uma das principais cidades do interior do país e um centro industrial, que não era considerada um alvo de atentados.

    'A MALDIÇÃO DO TERRORISMO'

    Desde o verão de 2015, com a retomada do conflito curdo e os combates na Síria, a Turquia se tornou cenário de uma série de atentados atribuídos ao grupo Estado Islâmico ou ao PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) e a seus grupos afiliados.

    Em junho, 47 pessoas morreram em um atentado suicida no aeroporto internacional Atatürk de Istambul, um ataque atribuído ao EI.

    No sudeste do país, em Gaziantep, 57 pessoas morreram em agosto em um atentado suicida durante um casamento curdo, um ataque também atribuído ao EI.

    No dia 10 de outubro de 2015, 103 pessoas morreram em atentados na principal estação de trens de Ancara, durante uma manifestação pró-curdos. O ataque, o mais violento já executado na Turquia, foi mais um atribuído ao EI.

    Ao mesmo tempo, o país se recupera de uma tentativa de golpe de Estado em 15 de julho, que segundo as autoridades turcas foi orquestrado pelo pregador Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos e que nega as acusações.

    Depois da tentativa de golpe, o governo turco iniciou um grande expurgo, que foi além da busca pelos supostos golpistas e atingiu setores pró-curdos e os meios de comunicação.

    O atentado de 11 de dezembro em Istambul teve como alvos os policiais que estavam próximos do estádio de futebol do Besiktas. A ação foi reivindicada pelos Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), um grupo radical vinculado ao PKK.

    Depois do atentado, o presidente Erdogan prometeu que Ancara lutaria "até o fim contra esta maldição que é o terrorismo".

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