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    Estado Islâmico reivindica ataque com caminhão que matou 12 em Berlim

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    20/12/2016 17h52

    A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou nesta terça-feira (20) o ataque com um caminhão que deixou 12 mortos em Berlim na noite anterior.

    Um dos canais oficiais da milícia divulgou uma nota afirmando que o autor do atropelamento era um de seus "soldados" respondendo às chamadas por ataques contra a coalizão internacional inimiga da organização.

    A reivindicação não prova, no entanto, o envolvimento direto do Estado Islâmico nem de que maneira pode ter contribuído para o ataque. A ação pode ter sido realizada por um militante solitário, sem laços reais.

    As autoridades alemães ainda não têm informações concretas sobre o atentado.

    Sem evidências, a polícia soltou durante o dia um suspeito que estava sendo interrogado. Tratava-se de um refugiado paquistanês de 23 anos, detido próximo ao mercado natalino. Ele havia chegado à Alemanha em 31 de dezembro de 2015.

    O responsável pelas mortes ainda pode estar, segundo autoridades locais, à solta e possivelmente armado.

    Mesmo antes da reivindicação do Estado Islâmico, o governo alemão vinha tratando esse caso, que deixou 48 feridos, como atentado.

    A chanceler Angela Merkel visitou o local das mortes e afirmou que "ainda há muito que não sabemos com certeza o suficiente, mas precisamos supor que se trate de um ataque terrorista".

    "Seria especialmente difícil lidarmos com isso se for confirmado que a pessoa que cometeu este ato era alguém que buscou proteção e asilo", disse. Merkel defendeu, no ano passado, a entrada de refugiados na Alemanha.

    Sua fala coincidiu com aquela da polícia e de Thomas de Maizière, ministro do Interior. A imprensa local, porém, relatava não haver pistas para a investigação, uma sensação reforçada pela soltura do jovem refugiado.

    MOTORISTA

    Um caminhão atropelou o público de um tradicional mercado natalino de Berlim na segunda-feira (19) por volta das 20h do horário alemão (às 17h em Brasília).

    O suposto ataque ocorreu entre barracas servindo vinho quente e salsichas, diante da igreja Kaiser-Wilhelm.

    A polícia encontrou o cidadão polonês Lukasz Urban, 37, morto dentro do veículo, com evidências de facadas e tiros. Ele seria o motorista original do caminhão.

    A empresa polonesa responsável pelo veiculo diz que Urban desapareceu durante a tarde de segunda-feira. O veículo teria sido roubado e utilizado no atentado.

    Segundo Ariel Zurawski, primo do motorista, ele havia chegado a Berlim quatro horas antes do incidente e conversado com a mulher.

    O GPS do veículo mostrava movimentos para frente e para trás, diz Zurawski, que também é dono da firma.

    MERCADOS

    Investigadores removeram o caminhão durante a manhã de terça-feira e o encaminharam para análise forense. Havia flores e recados no local do atropelamento.

    O mercado foi fechado durante o dia, mas outras feiras semelhantes continuavam a funcionar no restante do país. As autoridades afirmaram não ter intenção de abandonar a prática, tradicional no país. A segurança foi reforçada, no ínterim.

    A polícia conduziu uma busca em um hangar abandonado no aeroporto Tempelhof, no sul de Berlim, onde refugiados estão abrigados.

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