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    Digitais de suspeito por ataque são encontradas em caminhão em Berlim

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    22/12/2016 13h52 - Atualizado às 00h30

    Investigadores alemães acreditam que há "grande probabilidade" de que o suspeito tunisiano que buscam em relação com o ataque de segunda-feira (19) a um mercado natalino em Berlim seja o autor do atentado, disse nesta quinta-feira (22) o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière.

    "Podemos dizer hoje que o suspeito é muito provavelmente o responsável pelos ataques", disse o ministro.

    A chanceler Angela Merkel disse esperar que seja preso em breve o responsável pelo maior ataque em solo alemão desde 1980. Ele está foragido desde o ataque e armado. A polícia revistou apartamentos na capital e em Dortmund.

    As autoridades encontraram no caminhão documentos dele, que usa diversos nomes e também as cidadanias de Egito e Líbano.

    Divulgação/AP
    Anis Amri, suspeito de ser o responsável por atentado em Berlim
    Anis Amri, suspeito de ser o responsável por atentado em Berlim

    A milícia terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado. Não está provado, no entanto, que a facção teve um papel ativo na ação.

    O restante da Europa segue em alerta e incrementando a segurança de outros mercados natalinos. Há receios de que o Estado Islâmico planeje outros ataques, enquanto perde território no Iraque.

    Na noite de quinta, dois homens foram presos em Duisburg, a 560 km de Berlim, sob suspeita de que estariam planejando um atentado contra um shopping na cidade de Oberhausen.

    Os dois são irmãos e nasceram em Kosovo, república dos Bálcãs de maioria muçulmana. As autoridades investigavam em que nível de preparação estava o suposto ataque. Devido à ameaça, a segurança em Duisburg e Oberhausen foi reforçada.

    O mesmo aconteceu na feira de Natal da igreja Kaiser-Wilhelm, local do ataque de segunda-feira (19), que voltou a funcionar nesta quinta.

    FAMÍLIA

    Em estado de choque, a família de Anis Amri diz que ele havia deixado a Tunísia com a esperança de encontrar uma vida melhor na Europa.

    Em frente à casa da família, em Oueslatia, Abdelkader relata a trajetória de seu irmão, o mais novo da família.

    Em março de 2011, Amri deixou a Tunísia ilegalmente por mar até a ilha de Lampedusa, fugindo de uma condenação à revelia a quatro anos de prisão por furto e roubo.

    Além da condenação, "Anis também partiu para escapar da pobreza. Ele não tinha futuro na Tunísia e estava desesperado para melhorar a situação financeira da nossa família", diz.

    "Ele bebia [álcool], não era de oração nem nada", conta Walid, outro irmão.

    Condenado à prisão na Itália por atear fogo a um prédio, Amri fugiu para a Alemanha, onde chegou em 2015.

    "Ele entrava em contato com a gente, disse que queria voltar para a Tunísia, mas que antes tinha de ganhar dinheiro. Dez dias antes do ataque, disse que pretendia voltar em janeiro", relata Walid.

    Foi a última vez que a família afirma ter feito contato com ele. Agora, eles pedem a Amri que se entregue para não desonrar seus parentes.

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