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    Catorze brasileiros estão presos nos EUA por travessia ilegal via Bahamas

    PATRÍCIA CAMPOS MELLO
    DE SÃO PAULO

    26/12/2016 19h28 - Atualizado às 21h44

    Catorze brasileiros que atravessaram de barco ilegalmente das Bahamas para os Estados Unidos estão presos em um centro de detenção em Pompano Beach, na Flórida. Eles usaram a mesma rota ilegal que teria sido utilizada pelo grupo de brasileiros que está desaparecido desde o dia 6 de novembro, segundo informações do Itamaraty.

    Como os EUA não fazem notificação compulsória dos detidos —só informam quando há autorização deles—, o número total de prisões pode ser bem maior, de acordo com o ministério.

    O governo brasileiro continua sem informações sobre o paradeiro do grupo que teria deixado as Bahamas de barco no dia 6 de novembro. Inicialmente, foi divulgado que eram 19 brasileiros, mas não há confirmação do número.

    Reprodução/Facebook
    Sergio Castelhani, um dos desaparecidos em barco que tentava entrar nos EUA via Miami. (Foto Reproducao/Facebook) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Sérgio Castelhani, um dos brasileiros desaparecidos após tentar travessia ilegal para os EUA

    No dia 15 de novembro, parentes dos brasileiros entraram em contato com a embaixada em Nassau, capital das Bahamas, relatando o desaparecimento. As guardas costeiras dos EUA e das Bahamas estão fazendo buscas e monitorando por satélite. Nenhum naufrágio foi registrado, de acordo com o Itamaraty.

    A Folha apurou que as autoridades trabalham com dois cenários mais prováveis. No primeiro, os brasileiros continuam nas Bahamas, detidos pelos coiotes, que suspenderam a travessia com medo de serem interceptados e estão mantendo os brasileiros incomunicáveis.

    O segundo cenário é o de que eles estariam no barco, à deriva ou ancorados em algum lugar. A distância entre Freeport, nas Bahamas, e Fort Lauderdale, na Flórida, é de apenas 150 quilômetros.

    A diretora do departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, Luiza Lopes da Silva, disse que muitos brasileiros estão optando pela rota das Bahamas porque a entrada pelo México está cada vez mais perigosa, por causa dos cartéis do tráfico. "A travessia feita a pé pelo deserto também é insegura, e muitos sofrem desidratação."

    Além disso, há um efeito "últimos dias de Obama". "Muitos brasileiros com quem conversamos lá nos EUA dizem que parentes ou amigos estão acelerando a ida para o país, pois querem chegar antes de Donald Trump assumir, no dia 20 de janeiro", disse Silva. Trump prometeu endurecer a repressão à imigração ilegal.

    Arquivo pessoal
    Renato Soares de Araujo, de 32 anos, da cidade de Sardoa, no Vale do Rio Doce, e um dos desaparecidos Foto: Arquivo de familia/ Reproducao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Renato Soares de Araujo, mineiro de 32 anos, é um dos brasileiros desaparecidos no Caribe

    O barco com 14 brasileiros teria deixado as Bahamas no dia 6 de novembro. No dia 15, familiares dos brasileiros entraram em contato com a embaixada brasileira em Nassau, relatando o desaparecimento. As guardas costeiras dos EUA e das Bahamas estão fazendo buscas pelo barco e monitorando por satélite. Nenhum naufrágio foi registrado, segundo o Itamaraty.

    Segundo a Folha apurou, as autoridades trabalham com dois cenários mais prováveis. No primeiro, os brasileiros continuam nas Bahamas, detidos pelos coiotes, que suspenderam a travessia com medo de serem interceptados e estão mantendo os brasileiros incomunicáveis. O segundo cenário é o de que eles estariam no barco, à deriva ou ancorados em algum lugar.

    A Folha entrou em contato com um oficial de imigrações no centro de detenção na Flórida, mas não recebeu retorno.

    Editoria de arte/Folhapress
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