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    Plebiscito britânico

    Embaixador britânico na União Europeia pede demissão do cargo

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/01/2017 14h41

    Francois Lenoir - 28.jun.2016/Reuters
    O embaixador britânico na União Europeia Ivan Rogers, que pediu demissão nesta terça (3)
    O embaixador britânico na União Europeia Ivan Rogers, que pediu demissão nesta terça (3)

    Ivan Rogers, embaixador britânico na União Europeia, demitiu-se nesta terça (3), a três meses do início das negociações para o Brexit.

    "Ivan tomou essa decisão agora para que seja nomeado um sucessor antes que o Reino Unido invoque o Artigo 50 do Tratado Europeu de Lisboa, que marcará o início das negociações para a saída", informou o Ministério das Relações Exteriores.

    Rogers era tido como uma das peças mais importantes na negociação, porém também era avaliado como pessimista pelas principais lideranças que apoiam o Brexit. No cargo desde 2013, o embaixador tinha mandato até o final de 2017.

    Apesar de Rogers não revelar os motivos que o levaram a se demitir, a mídia britânica informou que as relações do embaixador com partidários do Brexit no governo tinha se deteriorado.

    Assim que a demissão tornou-se pública, apoiadores do Brexit festejaram. "O pessimista Rogers, que alertou que o Brexit poderia demorar dez anos, deixará seu cargo. Muito bem, é a hora do otimismo!", divulgou a Leave, uma das organizações que fizeram campanha no referendo de 23 de junho pela saída da União Europeia.

    Nigel Farage, um dos políticos mais influentes no Reino Unido e apoiador do Brexit, também comemorou. "Saúdo a demissão. As relações exteriores necessitam de uma limpeza completa."

    Contudo o governo não demonstrou o mesmo sentimento. Porta-voz do comitê parlamentar sobre o Brexit, Hilary Benn anunciou que a demissão de Rogers "não é boa" para o Reino Unido, que precisa de pessoas experientes.

    Aled Williams, que foi porta-voz de Rogers e que hoje trabalha como consultor em Bruxelas, escreveu no Twitter que a demissão é "uma grande perda". "Não há muitos britânicos que conheçam as interioridades de Bruxelas melhor do que Sir Ivan."

    Diplomatas europeus também lamentaram a saída do embaixador.

    Um dos fatores que certamente contribuíram para a demissão ocorreu em dezembro de 2016, quando um porta-voz da primeira-ministra Theresa May desprezou as previsões pessimistas atribuídas a Rogers e insistiu que o Reino Unido poderá negociar sua saída e um acordo comercial com Bruxelas em dois anos.

    Depois, Theresa May prometeu notificar oficialmente a saída da União Europeia em março deste ano, o que abrirá o período de dois anos para negociar os termos de saída com instituições e com o mercado único.

    De acordo com a BBC, Rogers advertira o governo de que os outros 27 Estados membros da União Europeia não esperavam a definição de um acordo antes de 2020 e que poderiam vetar qualquer ação antes desse prazo.

    Depois de ter iniciado sua carreira como funcionário do Tesouro, Rogers foi nomeado para o cargo de embaixador pelo ex-premiê David Cameron e era considerado um diplomata realista.

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