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    Com homenagens de autoridades, Mário Soares é enterrado em Lisboa

    GIULIANA MIRANDA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LISBOA

    10/01/2017 22h03

    Antônio Cotrim/AFP
    Militares carregam o caixão com o corpo do presidente Mário Soares no cemitério dos Prazeres
    Militares carregam o caixão com o corpo do presidente Mário Soares no cemitério dos Prazeres

    A cerimônia de encerramento do funeral do Mário Soares, presidente e primeiro-ministro português, realizada nesta terça-feira (10) em Lisboa, foi marcada por discursos emocionados de familiares e autoridades, que destacaram a importância e legado democrático do português, que morreu no sábado (7) aos 92 anos.

    O presidente Michel Temer e o ex-presidente José Sarney sentaram-se na primeira fila do auditório organizado no mosteiro dos Jerônimos, ao lado do rei da Espanha, Felipe 6º, e do presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz.

    Com pouco mais de uma hora, o evento teve direito a falas dos filhos de Soares, João e Isabel, que recordaram momentos enfrentados pelo pai "nos dias cinzentos e de chumbo da ditadura".

    Apesar das dificuldades do exílio e de sucessivas prisões, Isabel Soares diz que jamais ouviu uma queixa ou qualquer "palavra de desalento ou desânimo" de seu pai.

    ESTADISTA

    Em visita oficial à Índia, o primeiro-ministro português, o socialista António Costa, enviou um vídeo em que exaltou a figura de estadista de Mário Soares, a quem classificou de "gênio político que alcançava aquilo que parecia impossível de alcançar".

    O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, fez referência à "inteligência e ao humanismo" de Soares.

    Um pouco antes, o sistema de som do evento transmitiu trecho de um discurso de Mário Soares feito em 12 de junho de 1985, no dia da assinatura da adesão de Portugal à CEE (Comunidade Econômica Europeia), que deu origem à União Europeia.

    Na segunda (9), milhares de pessoas já haviam passado pelo mosteiro para se despedir de Soares, cuja atuação lhe rendeu o apelido de "pai da democracia portuguesa".

    Após a cerimônia, o corpo seguiu em cortejo público. O enterro, para família e amigos, foi no cemitério dos Prazeres. Soares foi enterrado no mesmo jazigo da mulher, Maria de Jesus Barroso Soares, morta em 2015, com quem foi casado por mais de 60 anos.

    Um dos fundadores do Partido Socialista, Soares ajudou a consolidar a democracia em Portugal após a Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974. Três vezes primeiro-ministro, ocupou a Presidência entre 1986 e 1996.

    A atuação decisiva no processo de descolonização das antigos territórios na África até hoje ainda é motivo de controvérsias, com críticas sobretudo de portugueses que tiveram de retornar desses territórios.

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