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    Governo Trump

    Futura secretária de Educação diverge de Trump sobre acusações de assédio

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    19/01/2017 02h00

    Nomeada para chefiar a secretaria de Educação no governo Donald Trump, a empresária Betsy DeVos afirmou que atitudes citadas pelo presidente eleito configurariam assédio sexual.

    Durante audiência no Senado dos Estados Unidos, na terça-feira (17), ela foi questionada por um congressista sobre uma gravação de 2005 em que o presidente eleito diz que poderia fazer o que quisesse com as mulheres, como "agarrá-las e beijá-las sem consentimento".

    Yuri Gripas/Reuters
    A futura secretária de Educação do governo Trump, Betsy DeVos, participa de sabatina no Senado
    A futura secretária de Educação do governo Trump, Betsy DeVos, participa de sabatina no Senado

    A senadora democrata Patty Murray perguntou se ela consideraria as ações descritas por Trump como assédio. "Sim", respondeu DeVos, sem mais considerações.

    Depois, ela foi perguntada sobre como planeja proteger alunos de agressões sexuais em escolas. Respondeu que promete olhar muito de perto para a administração desses problemas.

    Divulgada pelo jornal "Washington Post", a gravação da conversa de Trump com o apresentador Billy Bush, do programa "Today" (NBC), mostra ele se gabando de "ser uma estrela" e de beijar, apalpar e tentar fazer sexo com mulheres. O teor do áudio —que foi veiculado um mês antes da eleição presidencial— é repleto de palavrões e de referências sexuais explícitas.

    Após o vazamento da gravação, o magnata divulgou um comunicado no qual se defendeu e pediu desculpas : "isso era bobagem de vestiário. Bill Clinton disse coisas muito piores jogando golfe", disse. "Peço desculpas se alguém se ofendeu."

    A declaração de Betsy DeVos é mais um caso de um indicado do presidente eleito divergindo, durante sabatina no Senado, de posições expressadas por ele.

    Outros secretários já deram opiniões diferentes das de Trump sobre temas como política externa, segurança, inteligência e imigração. As inconsistências programáticas foram alvo de críticas de adversários nos Estados Unidos.

    Donald Trump minimizou as divergências com seus subordinados no governo.

    "Todos os meus indicados para o gabinete estão se apresentando bem e fazendo um ótimo trabalho. Eu quero que eles sejam eles mesmos e expressem seus próprios pensamentos, não os meus!", afirmou o presidente eleito na sexta-feira (13).

    FIM DO OBAMACARE

    O secretário de Saúde, Tom Price, também participou de sabatina com congressistas americanos nesta quarta-feira (18). Durante sua fala, foi pressionado a responder sobre como o novo governo vai garantir tratamento de saúde aos americanos com o desmantelamento da lei de reforma da saúde do governo de Barack Obama

    Introduzido em 2010, o Obamacare aumentou em cerca de 20 milhões o número de americanos que, até então, não tinham cobertura de planos de saúde.

    Os democratas defendem a política, argumentando que ela expande o acesso à saúde e ajuda a controlar os gastos das famílias com seguros.

    Os republicanos, por sua vez, dizem que o programa representa um inchaço das funções da administração federal e buscam transferir as responsabilidades de saúde pública para os Estados.

    Price negou que a revogação do Obamacare deixará milhões de pessoas de repente sem seguro de saúde.

    "Uma das coisas importantes que precisamos transmitir ao povo americano é que ninguém está interessado em deixar o cidadão sem segurança", afirmou Price.

    "Acho que tem havido muita conversa sobre indivíduos perdendo cobertura de saúde. Esse não é nosso objetivo, nem é nosso desejo, nem é nosso plano ", completou.

    O novo secretário não detalhou qual será o plano do novo governo para a saúde.

    A bancada republicana, que controla as duas Casas do Congresso americano, introduziu medida contra o Obamacare por meio de procedimento orçamentário, que requer maioria simples para ser aprovado, ao invés dos 60% exigidos para leis comuns. Dessa forma, foi possível evitar negociações com congressistas democratas.

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