• Mundo

    Sunday, 05-May-2024 20:44:31 -03

    Governo Trump

    Principais países da Europa atacam protecionismo e tom nacionalista

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/01/2017 23h43

    O tom nacionalista e as alusões ao protecionismo comercial de Donald Trump alimentaram críticas das principais economias da Europa ao novo presidente e deixaram apreensivos os países virtualmente prejudicados no governo do republicano.

    Sem citar o nome do colega, o presidente da França, François Hollande, disse que não é possível e desejável que um país se afaste da economia mundial, em referência ao desejo do americano de priorizar a indústria local.

    Daniel Leal-Olivas/AFP
    Manifestantes seguram foto de Donald Trump e cartazes em protesto na embaixada em Londres
    Manifestantes seguram foto de Donald Trump e cartazes em protesto na embaixada em Londres

    "Fechar as fronteiras como recomendam alguns, entre os quais o que presta julgamento em Washington, que quer impor taxas ou direitos para impedir a entrada de produtos, equivale a por em questão o trabalho", disse.

    O vice-primeiro-ministro alemão, Sigmar Gabriel, alertou que o mundo deve se preparar para "tempos difíceis nos próximos anos". "O que ouvimos foi um tom fortemente nacionalista. É um discurso extremamente sério."

    Tanto Hollande quanto Gabriel fazem alusão ao futuro dos próprios países: a França escolhe seu presidente em abril e a Alemanha vai às urnas para eleger o novo Parlamento em setembro. Em ambos, os governos enfrentam dificuldades e há o risco de avanço da extrema direita.

    O ministro do Tesouro britânico, Philip Hammond, considera a alternância um "grande problema" para a Europa, principalmente na defesa. Trump considera a Otan obsoleta e no discurso de posse disse que priorizará os recursos militares para proteger os americanos.

    "Qualquer coisa que mude a mude a situação da Europa, que é vizinha da Rússia, mas vive sob a proteção dos EUA, altera as dinâmicas da União Europeia", disse Hammond.

    O papa Francisco pediu ao novo presidente que defenda a dignidade humana "num mundo imerso em graves crises humanitárias". Durante a campanha, o pontífice criticou o americano pela proposta de construir um muro na fronteira com o México e barrar a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos.

    A prioridade do novo governo à produção nacional fez com que México e Japão agissem com cautela. O mexicano Enrique Peña Nieto disse que a proteção de seus concidadãos será prioridade.

    "A soberania, o interesse nacional e a proteção dos mexicanos guiará nossa relação com o governo dos EUA."

    O premiê japonês, Shinzo Abe, disse que a relação com Washington "é um princípio imutável" e prometeu visitar Trump nos próximos meses.

    A China, principal alvo das críticas de comércio exterior de Trump, não se manifestou até o momento. Na terça (17), o presidente Xi Jinping atacou o agora colega americano e defendeu o livre-comércio.

    Nobel da Paz pelo acordo com as Farc, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pediu que Trump volte seus olhares para a América Latina, pois aqui é que estão os verdadeiros interesses estratégicos dos EUA".

    Apesar do pedido, a política para os vizinhos do sul continua sendo uma incógnita. O governo brasileiro não se manifestou até o momento.

    FESTA

    Enquanto milhares de pessoas protestavam contra Trump nas ruas de Washington, Londres e Berlim e quebravam piñatas do republicano em frente a símbolos americanos no México, o clima na capital do antagonista histórico dos EUA era de festa.

    Cerca de cem nacionalistas russos estouraram champanhe em uma boate de Moscou assim que o republicano assumiu. Eles esperam que, com o novo governo, a situação do país melhore.

    Na festa havia bonecos de Trump, do líder russo, Vladimir Putin, e da francesa Marine Le Pen, a próxima aposta da direita para assumir um governo que hoje é liberal.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024