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    Presidente de Gâmbia anuncia que deixará o poder

    DA AFP

    21/01/2017 09h40

    Thierry Gouegnon - 29.nov.2016/Reuters
    FILE PHOTO - Gambia's President Yahya Jammeh, who is also a presidential candidate for the Alliance for Patriotic Re-orientation and Construction (APRC), smiles during a rally in Banjul, Gambia, November 29, 2016. REUTERS/Thierry Gouegnon/File Photo ORG XMIT: GGGTG10
    O presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, em 2016

    O presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, informou neste sábado (21) que deixará o poder para garantir a paz em seu país, após pressão dos exércitos africanos que entraram no país depois de sua recusa em conceder o posto ao candidato eleito Adama Barrow.

    O anúncio parece dar fim a um impasse político e encerra o reinado que começou em 1994, quando ele tomou o poder em um golpe.

    "Hoje decidi, com a consciência tranquila, ceder o comando desta grande nação", disse Jammeh à rede estatal.

    "Minha decisão de hoje foi ditada por nada além que o interesse supremo de vocês, povo da Gâmbia, e do nosso querido país".

    "Em um momento em que presenciamos problemas e ameaças em outras partes da África e do mundo, a paz e a segurança da Gâmbia são uma herança coletiva que devemos manter e defender".

    Os presidentes de Mauritânia e Guiné obtiveram na sexta-feira, em Banjul, um acordo para que Jammeh abandonasse o país.

    "As coisas estão quase solucionadas. Jammeh aceitou deixar o poder. As negociações prosseguem sobre o local do exílio e suas condições", informou uma fonte mauritana.

    "Devemos encontrar um país suficientemente longe da Gâmbia para impedir que Yahya Jammeh interfira no processo democrático", explicou a fonte.

    Segundo uma fonte diplomática ligada às discussões, um acordo final será firmado pelo novo presidente da Gâmbia, Adama Barrow, que atualmente se encontra no vizinho Senegal, e pelo próprio Jammeh.

    "Será uma declaração comum entre Barrow e Jammeh", disse a fonte, destacando que as tropas da África do Oeste, mobilizadas para forçar a saída de Jammeh, permanecerão até sua partida.

    As tropas de cinco dos 15 países da CEDEAO chegaram na quinta-feira ao território da Gâmbia, no âmbito da operação "Restaurar a democracia".

    Adama Barrow, de 51 anos, eleito presidente no dia 1º de dezembro, foi empossado na tarde de quinta-feira na embaixada de seu país em Dacar.

    Os presidentes de Mauritânia e Guiné eram "contrários a uma intervenção militar na Gâmbia (...) um precedente perigoso" para a região.

    Segundo os jornalistas, a noite foi tranquila na capital da Gâmbia que, depois da posse de Adama Barrow, registrou na tarde de quinta-feira manifestações de celebração que não foram reprimidas pelos militares.

    A escalada da tensão levou milhares de gambianos, residentes estrangeiros e turistas a abandonar o país.

    Mais de 45.000 pessoas fugiram da Gâmbia desde o início de janeiro, em sua maioria ao Senegal, informou nesta sexta-feira a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), que teme fluxos migratórios maiores se a crise no país persistir.

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