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    Governo Trump

    Trump defende política anti-imigração e afirma que Europa vive uma bagunça

    DE SÃO PAULO

    29/01/2017 11h47

    Carlos Barria/Reuters
     U.S. President Donald Trump signs an executive order he said would impose tighter vetting to prevent foreign terrorists from entering the United States at the Pentagon in Washington, U.S., January 27, 2017. REUTERS/Carlos Barria TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: CB05
    Donald Trump assina a ordem executiva que restringe a entrada de refugiados e imigrantes

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, escreveu em sua conta no Twitter que os Estados Unidos precisam de fronteiras fortes e afirmou que Europa e o mundo vivem uma "bagunça horrorosa".

    Trump

    A mensagem é uma clara resposta às críticas de líderes da União Europeia sobre a política anti-imigração e à decisão da Justiça Federal americana que impede a deportação de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Irã, Iraque, Líbia, Sudão, Somália, Síria e Iêmen) barrados nos aeroportos dos Estados Unidos.

    Na sexta-feira, Trump assinou uma ordem executiva que suspende a entrada de refugiados em território americano por pelo menos 120 dias e impõe estritos novos controles durante três meses contra viajantes procedentes de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iêmen.

    Segundo o Departamento de Segurança dos Estados Unidos, 375 pessoas foram afetadas pela medida. Desses, 109 estavam em viagem e foram barrados no aeroporto, enquanto 173 foram impedidos de embarcar pelas companhias aéreas. Houve protestos nos aeroportos.

    Neste domingo, o Departamento de Segurança publicou um comunicado oficial para dizer que vai cumprir a decisão da Justiça. No entanto, a ordem executiva de Trump continuará válida, diz o texto. Isso quer dizer que o governo não deportará quem já foi barrado no aeroporto, mas tampouco pretende flexibilizar a restrição à entrada de estrangeiros.

    "As ordens executivas do presidente Trump continuam válidas -viagens proibidas continuarão proibidas, e o governo americano sustenta o direito de revogar vistos sempre que necessário para a segurança nacional ou segurança pública."

    O departamento sustenta ainda que a proibição de entrada nos Estados Unidos, no sábado, afetou menos de 1% dos 325 mil passageiros internacionais que chegam aos Estados Unidos todos os dias.

    "Nenhum estrangeiro em território estrangeiro, sem vínculo com os Estados Unidos, tem o direito de exigir livre entrada nos Estados Unidos ou benefícios de imigração", diz o Departamento de Segurança Nacional.

    Em mais um sinal de que a Casa Branca deve endurecer normas de imigração ao invés de afrouxá-las, a CNN divulgou que o governo americano estuda exigir acesso às redes sociais e agenda telefônica de turistas, durante o processo de migração.

    CRÍTICAS

    A chanceler alemã Angela Merkel disse ao presidente americano, Donald Trump, que o combate ao terrorismo não é justificativa para proibir refugiados ou pessoas de países de maioria muçulmana de entrar nos Estados Unidos. O teor da conversa entre Merkel e Trump foi divulgado neste domingo pelo porta-voz da chanceler.

    "Ela está convencida que mesmo que seja necessário, a batalha contra o terrorismo não justifica colocar sob suspeita pessoas de fé ou origem específicas", afirmou o porta-voz Steffen Seibert.

    Algumas horas antes, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou "discordar" das restrições migratórias impostas por Trump.

    "A política migratória dos Estados Unidos é um assunto do governo dos Estados Unidos, do mesmo modo que a nossa é determinada por nosso governo. Mas estamos em desacordo com esta forma de encará-la", disse um porta-voz de Downing Street.

    "Se tiver um impacto para cidadãos do Reino Unido, vamos a intervir ante o governo americano", completou.

    Respeito ao sofrimento dos refugiados é uma obrigação, e o medo do terrorismo não é um motivo legítimo para recusar abrigo a eles, afirmou neste domingo o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault.

    A declaração de Ayrault foi feita depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto para restringir pessoas de sete países de maioria muçulmana de entrarem nos Estados Unidos.

    "Aceitar refugiados é um dever de solidariedade", disse Ayrault no Twitter. "O terrorismo não conhece nacionalidade. A discriminação não é resposta."

    No sábado, o presidente da França, François Hollande, disse a Trump por telefone para respeitar os refugiados. Ele também o alertou sobre suas políticas comerciais, dizendo que uma postura protecionista terá consequências econômicas e políticas.

    O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, recebeu refugiados de guerra mesmo depois que as companhias aéreas canadenses disseram que recusariam passageiros que iriam aos Estados Unidos para cumprir uma proibição de viagem a pessoas de sete países de maioria muçulmana.

    Em tweets postados um dia depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, estabeleceu o período de quatro meses para permitir a entrada de refugiados nos Estados Unidos e proibiu viajantes de sete países, Trudeau disse que os refugiados são bem-vindos no Canadá.

    "Para aqueles que fogem da perseguição, do terror e da guerra, os canadenses irão recebê-los, independentemente de sua fé. A diversidade é nossa força #WelcomeToCanada", disse Trudeau no Twitter.

    O gabinete de Trudeau afirmou que as autoridades dos EUA confirmam que titulares de passaportes canadenses, incluindo com dupla cidadania dos sete países, não seriam afetados.

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