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    Governo Trump

    Líderes internacionais criticam veto de Trump a cidadãos de sete países

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    29/01/2017 17h27

    Kevin Lamarque/Reuters
    British Prime Minister Theresa May listens as U.S. President Donald Trump speaks during their joint news conference at the White House in Washington, U.S., January 27, 2017.
    A primeira-ministra britânica, Theresa May, e o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca

    Líderes internacionais rechaçaram, neste final de semana, as restrições impostas pelo governo dos EUA à entrada de cidadãos de sete países muçulmanos.

    Uma das respostas mais duras veio de Angela Merkel, chanceler da Alemanha. Seu gabinete afirmou no domingo (29) que ela "lamentou" a decisão do líder americano.

    Merkel está convencida, segundo seu porta-voz, Steffen Seibert, "de que a batalha necessária e decisiva contra o terrorismo não justifica uma suspeita geral contra pessoas de uma certa origem ou uma certa religião".

    A chanceler explicou a Trump, durante um telefonema, a Convenção de Genebra, que estipula a necessidade de acolher refugiados de países em guerra.

    "É uma obrigação dos países signatários. O governo alemão explicou essa política", segundo o porta-voz.

    Trump havia recentemente criticado a política de Merkel de abrir as fronteiras alemãs aos refugiados. Quase 900 mil pessoas chegaram à Alemanha durante 2015.

    A maior parte dos refugiados vêm de países em guerra ou em extrema pobreza, como a Síria e o Afeganistão.

    REINO UNIDO

    As declarações de Merkel foram repetidas por diversos aliados dos Estados Unidos.

    Jean-Marc Ayrault, ministro francês do Exterior, afirmou que "o terrorismo não conhece nacionalidade" e que "a discriminação não é uma resposta". O chanceler britânico Boris Johnson disse, por sua vez, que é "divisivo e errado estigmatizar devido à nacionalidade".

    Houve também oposição por parte dos governos de Itália, Suécia, Dinamarca e Noruega, entre outros.

    A premiê britânica, Theresa May, esteve em uma situação mais delicada. Seu governo aproximou-se de Trump neste mês, tendo em vista travar um acordo de livre comércio vantajoso após deixar a União Europeia.

    May inicialmente não condenou a medida americana. Mas, pressionada, disse não concordar com a solução.

    Um porta-voz de seu gabinete afirmou que a política migratória dos EUA é um assunto americano, mas que o governo britânico não está de acordo com a abordagem e que estudará o impacto nos cidadãos do Reino Unido.

    IRAQUE

    Simultâneo às críticas de líderes europeus, o silêncio de nações árabes incomodou durante o final de semana. Países do Golfo e o Egito, aliados americanos, não se uniram ao repúdio global.

    O governo iraquiano tampouco declarou-se, mas membros do Parlamento sugeriram uma medida contra os EUA. O influente clérigo xiita Moqtada al-Sadr disse que cidadãos americanos deveriam deixar o Iraque.

    "Seria arrogância que vocês entrassem livremente no Iraque e outros países enquanto barrassem eles de entrar em seus países."

    Houve críticas também por parte do Irã e do Sudão, afetados, ao lado do Iraque, pelas medidas restritivas.

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