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    Ataque a mesquita em Québec deixa ao menos seis mortos e oito feridos

    DA AFP

    30/01/2017 01h11 - Atualizado às 09h51

    Mathieu Belanger/Reuters
    Movimentação de policiais e ambulâncias diante de mesquita onde homens abriram fogo neste domingo
    Movimentação de policiais e ambulâncias diante de mesquita onde homens abriram fogo neste domingo

    Um ataque a tiros na noite deste domingo (29) em uma mesquita em Québec, no Canadá, deixou ao menos seis pessoas mortas e oito feridas. O primeiro-ministro do país, Justin Trudeau, classificou o ato como "terrorista".

    Christine Coulombe, porta-voz da polícia local, afirmou em uma entrevista coletiva que as vítimas têm entre 35 e 70 anos e que dois suspeitos foram detidos após o ataque.

    As autoridades não descartam a possibilidade de um terceiro suspeito, que teria conseguido fugir do local.

    "Condenamos este ataque terrorista contra os muçulmanos em um centro de culto e refúgio", afirmou Trudeau em um comunicado.

    Ataque a mesquita em Québec, Canadá

    "Os muçulmanos canadenses são parte importante de nosso tecido nacional. Estes atos sem sentido não têm espaço em nossas comunidades, cidade e país", completou.

    O motivo do ataque ainda não foi determinado. A polícia iniciou uma vasta operação após tiroteio, que aconteceu durante a oração noturna.

    De acordo com testemunhas, dois homens com máscaras entraram na mesquita por volta das 19h15 de domingo (22h15 de Brasília).

    "Parte o coração ver esta violência sem sentido", afirmou Trudeau, antes de acrescentar que a "diversidade é nossa fortaleza e a tolerância religiosa é um valor que, como canadenses, valorizamos".

    VIOLÊNCIA BÁRBARA

    O primeiro-ministro de Quebec, Philippe Couillard, escreveu no Twitter que o governo está "mobilizado para garantir a segurança da população".

    "Quebec rejeita categoricamente esta violência bárbara", tuitou. "Solidariedade com a população de fé muçulmana de Quebec".

    A mesquita de Quebec já havia sido alvo de um ataque de ódio: uma cabeça de porco foi deixada diante da porta do templo durante o Ramadã, em junho do ano passado.

    Outras mesquitas do Canadá foram alvos de frases racistas nos últimos meses.

    SOLIDARIEDADE

    O ataque acontece no momento em que o Canadá promete abrir as portas aos muçulmanos e refugiados, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um polêmico decreto que suspende a entrada dos refugiados e cidadãos de sete países muçulmanos, o que provocou o caos nas viagens e indignação no mundo.

    O Canadá oferecerá temporariamente vistos de residência a várias pessoas retidas no país como resultado do decreto de Trump, informou no domingo o ministro da Imigração, Ahmed Hussen.

    Trump suspendeu a entrada de refugiados nos Estados Unidos por 120 dias e de cidadãos de sete países de maioria muçulmana (Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen) por 90 dias.

    Hussen, de origem somali, não condenou a medida dos Estados Unidos, mas enfatizou que o Canadá pretende manter uma política de imigração baseada na "compaixão", ao mesmo tempo que protege seus cidadãos.

    "Damos as boas-vindas aos que fogem da perseguição, do terror e da guerra", disse, repetindo a mensagem de sábado do primeiro-ministro Justin Trudeau.

    O presidente francês, François Hollande, condenou com "firmeza" o que chamou de "odioso atentado" na mesquita de Quebec.

    De acordo com o último censo do Canadá, de 2011, uma a cada cinco pessoas no país nasceu no exterior.

    O Canadá recebeu 39.670 refugiados sírios entre novembro de 2015 e o início de 2017, segundo o governo.

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