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    Governo Trump

    'Decisão é ridícula', diz Trump sobre liminar que anula veto a imigrantes

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    04/02/2017 10h51 - Atualizado às 20h58

    O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou neste sábado (4), em uma rede social, a liminar concedida por um juiz federal de Seattle que suspende o decreto anti-imigração assinado em 27 de janeiro. "A decisão deste pseudo juiz, que essencialmente tira do nosso país o cumprimento da lei, é ridícula e será derrubada!."

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    Horas depois, ele voltou a criticar a decisão pelas redes sociais. "Para onde nosso país está indo quando um juiz pode paralisar um veto de viagem do Departamento de Segurança Doméstica e qualquer um, inclusive com más intenções pode entrar nos EUA?"

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    E concluiu: "Porque o veto foi derrubado por um juiz, muitas pessoas muito ruins e perigosas podem estar entrando aos montes no nosso país. Uma decisão terrível."

    Na noite de sexta (3), o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, divulgou um comunicado segundo o qual o governo entraria com um recurso já neste sábado (4) contra a decisão "ultrajante" do juiz James Robart.

    Para a oposição, o ataque de Trump foi uma falta de respeito ao Judiciário. "Ele está minando todo o sistema de governo, não só as decisões das que discorda", disse o senador democrata Ben Cardin.

    O líder democrata da Comissão de Inteligência Doméstica na Câmara, Adam Schiff, foi mais duro. "Leia a 'pseudo' Constituição", disse.

    Com a suspensão do decreto, os cidadãos dos sete países de maioria muçulmana (Iêmen, Irã, Iraque, Líbia, Síria, Somália e Sudão) que estavam impedidos de entrar nos EUA por 90 dias passaram a ser aceitos pelas companhias aéreas no embarque de voos para solo americano.

    A Qatar Airlines foi a primeira a voltar a permitir esses passageiros, desde que estejam com vistos válidos. Air France, Emirates, Iberia e Lufthansa, entre outras, fizeram o mesmo.

    A mudança nas regras provocou uma correria a aeroportos na Europa e no Oriente Médio. No entanto, para algumas pessoas que haviam mudado seus planos devido ao veto, a nova mudança nas regras não dá garantias suficientes.

    Em Dubai, Tariq Laham, 32, e sua noiva polonesa Natalia abandonaram os planos de viajar aos EUA após se casarem, em julho. O casal não irá rever a decisão. "É muito arriscado, disse Laham, sírio que trabalha numa empresa de tecnologia em Dubai. "A cada dia você acorda e há uma nova decisão."

    Quem conseguiu embarcar neste sábado comemorou: "Vamos viajar hoje, estou muito feliz. Finalmente, conseguimos", afirmou o iraquiano Fuad Sharef, que foi impedido de ir a Nova York com a família na semana passada.

    O iemenita Ammar Alnajjar gastou US$ 1.000 para conseguir voltar no sábado de Istambul para Memphis, onde estuda. Ele afirma ter ficado uma hora sendo interrogado no aeroporto de Nova York e esbravejou contra o presidente: "É um racista que estragou meu futuro."

    Apesar das críticas de Trump, que passará o fim de semana em seu resort de Mar-a-Lago, na Flórida, o Departamento de Segurança Doméstica orientou seus funcionários, em e-mail interno divulgado na noite de sexta (3), a cumprir a decisão judicial.

    O impasse, porém, ainda gera confusão. A Embaixada dos EUA em Bagdá informou que ainda esperava orientação do Departamento de Estado para comunicar aos iraquianos se as restrições estavam realmente suspensas.

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