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    'Temos muitos assassinos. Acha que nosso país é inocente?', diz Trump

    DE SÃO PAULO

    05/02/2017 11h11 - Atualizado às 23h13

    Mandel Ngan - 3.fev.2017/AFP
    US President Donald Trump chats with reporters on board Air Force One before departing from Andrews Air Force Base in Maryland, bound for Palm Beach, Florida on February 3, 2017. / AFP PHOTO / MANDEL NGAN ORG XMIT: MNN015
    O presidente dos EUA Donald Trump fala a repórteres durante voo rumo a Flórida

    O presidente dos EUA, Donald Trump, comparou os Estados Unidos ao regime autoritário do presidente russo Vladimir Putin em entrevista à Fox News e disse que seu país "tem muitos assassinos".

    A conversa será exibida na TV neste domingo (5) à noite e teve um trecho antecipado pela emissora.

    O entrevistador Bill O'Reilly perguntou a Trump se ele respeita Putin. O líder americano disse que sim, mas que respeitar não significa que ambos terão uma relação amigável.

    "Eu diria que é melhor se dar bem com a Rússia do que não [se dar bem]. E se Rússia nos ajuda a lutar contra o Estado Islâmico, que é uma grande luta, e contra o terrorismo ao redor do mundo, é uma coisa boa", disse Trump. "Eu vou ter uma relação amigável com ele? Não tenho ideia."

    O apresentador pressionou Trump, lembrando que Putin é conhecido por ter tido vários de seus inimigos assassinados.

    "Há muitos assassinos. Nós temos muitos assassinos. O que você acha? Nosso país é tão inocente?", respondeu Trump.

    O presidente americano já demonstrou outras vezes ter uma visão positiva de Putin. "Ele conduz seu país e ao menos é um líder, o que não temos nesse país", disse, em entrevista no fim de 2015.

    No sábado passado (28), Trump e Putin falaram por telefone e prometeram aumentar a cooperação entre os dois países no comabte ao terrorismo.

    IRÃ E OBAMACARE

    Na entrevista que foi ao ar pouco antes do Super Bowl, Trump não poupou críticas ao Irã, que chamou de "Estado terrorista número um", e ao acordo sobre o programa nuclear do país - "o pior acordo já negociado pelos EUA", segundo ele. "Eles têm total desprezo pelo nosso país."

    O presidente, no entanto, disse que é preciso "esperar para ver o que acontece" com o acordo nos próximos meses. Na última sexta (3), o governo americano impôs novas sanções a 13 cidadãos e 12 empresas em resposta a um recente teste de um míssil balístico por Teerã.

    O republicano defendeu ainda o decreto proibindo a entrada, por 90 dias, de qualquer cidadão de sete países de maioria muçulmana.

    "Acho que foi muito suave () Tudo o que fizemos foi vetar essas pessoas de forma muito cuidadosa", disse, acrescentando que 109 pessoas foram barradas entre "centenas de milhares de viajantes".

    Questionado sobre quando pretende substituir o Obamacare, Trump disse que isso pode levar "algum tempo" e ficar "para o próximo ano".

    No dia de sua posse, Trump ordenou que o Departamento de Saúde e as agências relacionadas adiassem a implementação de exigências da reforma de saúde implementada por Obama. No entanto, o presidente não apresentou nenhuma alternativa ainda ao Obamacare.

    Com informações de ISABEL FLECK, de Washington.

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