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    Por propina da Odebrecht, Panamá pede prisão de filhos de ex-presidente

    DA AFP

    14/02/2017 09h02

    O Ministério Público especial anticorrupção do Panamá solicitou à Interpol (polícia internacional) a emissão de um pedido de detenção para os filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009–2014), Ricardo e Luis Enrique Martinelli Linares, acusados de cobrar propina da Odebrecht.

    Em nota da Direção de Investigação Judicial da Polícia panamenha, publicada nesta segunda-feira (13) pela imprensa, a procuradora Tania Sterling pede um "alerta vermelho" para "os senhores Ricardo Alberto Martinelli Linares (e) Luis Enrique Martinelli Linares", ambos filhos do ex-governante.

    Eduardo Anizelli - 18.dez.2016/Folhapress
    SÃO PAULO, SP. 18.12.2016: : ODEBRECHT-EMPRESA - Fachada da sede da Odebrecht na zona oeste de São Paulo. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)
    Fachada da sede da Odebrecht na zona oeste de São Paulo

    A petição do MP, datada de 1º de fevereiro, foi confirmado à agência de notícias AFP pela Polícia Nacional do Panamá e por uma fonte das investigações na condição de anonimato.

    A solicitação de detenção dos filhos de Martinelli seria pela "suposta comissão do delito contra a ordem econômica", segundo a nota.

    Um dos advogados dos filhos de Martinelli, Carlos Carrillo, comentou à AFP que a defesa ainda não havia recebido a cópia da petição, mas "entendemos que esteja certa".

    Segundo o MP, "três sociedades anônimas em que aparecem como beneficiários os filhos do ex-mandatário receberam valores milionários entre 2009 e 2012", publicou o jornal panamenho "La Estrella".

    Segundo a publicação, as transferências foram feitas "por meio de várias empresas offshore que a construtora Odebrecht utilizou para fazer pagamentos indevidos a funcionários públicos ao redor do mundo".

    Ricardo e Luis Enrique Martinelli teriam recebido mais de € 20 milhões por meio de várias sociedades, segundo as investigações.

    A Odebrecht pagou no Panamá, entre 2010 e 2014, mais de US$ 59 milhões em subornos em troca de contratos avaliados em mais de US$ 175 milhões, revelou em dezembro o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

    Por este caso, Mario Martinelli, irmão do ex-presidente, teve que prestar depoimento no Panamá, assim como vários ex-funcionários.

    A procuradora-chefe, Kenia Porcell, informou que foram formuladas acusações contra 17 pessoas pelo escândalo da Odebrecht no Panamá, incluindo três ex-funcionários "de alta hierarquia", uma dezena de empresários e um funcionário do setor financeiro, mas sem revelar nomes.

    O ex-presidente Martinelli, que vive em autoexílio em Miami, também é requerido pela justiça panamenha por espionar opositores e é investigado por inúmeros casos de corrupção durante seu governo.

    OUTROS PAÍSES

    Na semana passada, o Peru decretou a prisão do ex-presidente Alejandro Toledo, acusado de receber propina da Odebrecht. Toledo está fora do país e é considerado foragido.

    Na Colômbia, a procuradoria-geral revelou delação que indica que o presidente Juan Manuel Santos teria recebido US$ 1 milhão em propina da empreiteira baiana durante a campanha eleitoral de 2014. Opositores pedem a renúncia de Santos.

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