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    Herdeiro da Samsung é preso suspeito de elo com corrupção na Coreia do Sul

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    16/02/2017 22h55

    O vice-presidente da Samsung Electronics, Lee Jae-yong, foi preso nesta sexta-feira (17) em Seul sob as acusações de corrupção ativa e perjúrio no caso que levou ao afastamento da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.

    A polícia deteve o herdeiro do maior conglomerado sul-coreano às 5h30 (18h30 de quinta em Brasília) horas depois de uma decisão do tribunal da capital. É a primeira vez que um membro da cúpula da empresa é preso.

    Lee Sang-ho - 16.fev.2017/Xinhua
    O vice-presidente da Samsung Electronics, Lee Jae-yong, chega a tribunal de Seul para depor na quinta
    O vice-presidente da Samsung Electronics, Lee Jae-yong, chega a tribunal de Seul para depor na quinta

    Segundo a corte, novas provas apresentadas pela acusação mostraram que havia razões suficientes para que a prisão seja decretada. Em janeiro, o mesmo tribunal havia rejeitado um pedido dos promotores por falta de evidências.

    Inicialmente, ele ficará 20 dias preso preventivamente. O período de detenção poderá ser alongado se o herdeiro da Samsung for formalmente acusado, ou ele pode ser solto se isso não acontecer neste intervalo de tempo.

    Lee Jae-yong, 48, é o único sucessor de Lee Kun-hee, 75, presidente do Grupo Samsung, afastado em 2014 depois de um ataque cardíaco. O pai havia sido condenado em 2008 por corrupção, mas nunca chegou a ser preso.

    Em nota, o Grupo Samsung disse que fará o que for possível no futuro para que a verdade seja revelada. A detenção é vista como uma mudança na abordagem judicial contra os grandes conglomerados sul-coreanos.

    Além da Samsung, cuja atividade representa 20% do PIB sul-coreano, os investigadores encontraram vestígios de pagamento de propina por outras quatro grandes empresas —Hyundai, SK, Lotte e LG.

    PROPINA

    Segundo os promotores, Lee teria autorizado a doação de 20 bilhões de wons (R$ 55 milhões) às fundações de Choi Soon-sil, amiga de Park Geun-hye, que é acusada de extorsão e tráfico de influência.

    Além dos pagamentos às fundações, o conglomerado teria aplicado 23 bilhões de wons em um suposto programa de treinamento de cavaleiros sul-coreanos na Alemanha que, dentre os beneficiários, estava a filha de Choi.

    Na época, o presidente da associação equestre sul-coreana era Park Sang-jin, atual presidente de relações externas da Samsung Eletronics. A Justiça rejeitou a prisão dele nesta sexta-feira (16) por falta de provas.

    Para os investigadores, o dinheiro enviado às entidades era uma forma de extorsão praticada pela amiga em troca de usar a influência dela com a mandatária para obter favores para as empresas.

    Neste caso, o suborno seria para que o governo aprovasse a fusão da unidade petroquímica e a divisão de construção. A fusão recebeu o aval do Fundo Nacional de Pensões, vinculado ao governo e acionista de uma das companhias.

    O conglomerado também é acusado de superfaturar o preço de venda da Samsung Biologics para o Estado e de pagar propina para a Comissão de Comércio Justo para alterar a composição acionária de suas divisões.

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