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    Peru mantém ordem de prisão contra ex-presidente por verba da Odebrecht

    DA REUTERS
    DE SÃO PAULO

    17/02/2017 11h46

    A Justiça do Peru manteve nesta quinta-feira (16) a ordem de prisão preventiva contra o ex-presidente Alejandro Toledo, acusado de receber propinas da Odebrecht, informou a imprensa local.

    A decisão foi uma resposta ao recurso apresentado pela defesa de Toledo, que está nos Estados Unidos e é considerado foragido.

    Reprodução/Facebook/Ministerio del Interior del Perú
    A foto do ex-presidente Alejandro Toledo aparece em cartaz de procurado da polícia do Peru
    A foto do ex-presidente Alejandro Toledo aparece em cartaz de procurado da polícia do Peru

    A defesa de Toledo nega que ele tenha recebido propina e diz que a manutenção do pedido de prisão representa um "interferência do [poder] Executivo" para acelerar a extradição do ex-presidente.

    "Parecem estar desesperados para extraditá-lo", declarou o advogado Heriberto Benítez, que prometeu continuar insistindo contra o pedido de prisão por meio de recursos e habeas corpus.

    O governo do Peru pressiona as autoridades americanas para que Toledo seja capturado e extraditado.

    Toledo, que governou o país entre 2001 e 2006, é acusado pelo ex-representante da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, de ter recebido US$ 20 milhões (R$ 62 milhões) para ajudar a empreiteira a vencer a licitação da obra de uma rodovia que liga o Peru ao Brasil.

    A Odebrecht reconhece que pagou US$ 29 milhões (R$ 91 milhões) no Peru ilegalmente entre 2005-2014, período que corresponde aos governos de Toledo, Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016). O governo decretou que a empreiteira deixe de exercer atividades no país.

    INVESTIGAÇÃO

    Um ouvidor peruano pediu na quinta-feira (16) que procuradores abram uma investigação contra a construtora peruana Grana y Montero e outros parceiros da Odebrecht no país.

    A Grana, maior conglomerado de engenharia do Peru e parceira mais importante da Odebrecht no país, negou repetidamente conhecimento sobre as propinas que a Odebrecht disse ter distribuído no Peru.

    "Se sou um parceiro, sei sobre a situação financeira e ações relevantes de seus negócios (...) como eu não saberia, ou ao menos teria suspeitas?", disse o ouvidor Walter Gutierrez.

    Vem crescendo a pressão de congressistas para que a Grana seja incluída na investigação sobre esquemas de pagamentos da Odebrecht. A Grana se comprometeu a cooperar totalmente caso necessário para ajudar procuradores com seus trabalhos ou eliminar dúvidas.

    O valor das ações da Grana caiu cerca de 37% desde que a Odebrecht assinou um acordo com procuradores norte-americanos para tornar públicas as propinas que a Odebrecht assumiu ter distribuído pela América Latina.

    Nesta quinta-feira, manifestantes se reuniram em Lima para protestar contra o escândalo de corrupção que envolve a Odebrecht.

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