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    Órgão eleitoral diz ser irreversível tendência de 2º turno no Equador

    SYLVIA COLOMBO
    DE BUENOS AIRES

    21/02/2017 16h46 - Atualizado às 18h01

    Rodrigo Buendía - 20.fev.2016/Associated Press/Dolores Ochoa - 15.fev.2017/AFP
    O governista Lenín Moreno e o conservador Guillermo Lasso deverão disputar o segundo turno em abril
    O governista Lenín Moreno e o conservador Guillermo Lasso deverão disputar o segundo turno em abril

    O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, Juan Pablo Pozo, disse na tarde desta terça-feira (21) que "a tendência da votação é irreversível", sinalizando que deve haver segundo turno no país no próximo dia 2 de abril.

    Com 95% dos votos contabilizados, o candidato governista Lenín Moreno, 63, tem 39,21%, enquanto o opositor, Guillermo Lasso, 61, está com 28,35%. Para que a eleição terminasse no primeiro turno, seria necessário que o primeiro colocado alcançasse 50% dos votos mais um ou 40%, sendo que o segundo ficasse adiante em mais de 10 pontos percentuais.

    As declarações de Pozo acalmaram um pouco o clima de tensão e de protestos que vinha em escalada desde a manhã de segunda-feira (20), quando houve uma interrupção na divulgação da apuração dos votos e espalharam-se, via redes sociais, diversas denúncias com vídeos que supostamente sugeriam que estava havendo fraude —cenas de roubos de sacolas com atas de voto e caixas sendo retiradas de locais de votação.

    Além disso, em entrevista a jornalistas, Pozo afirmou que só anunciaria de forma definitiva se haveria segundo turno ou não na próxima quinta-feira (23). A declaração causou mais revolta e contribuiu para que mais gente saísse às ruas.

    ELEIÇÃO NO EQUADOR - Desempenho dos principais candidatos, em %*

    A agitação na porta do CNE, na avenida 6 de Diciembre, em Quito, começou a intensificar-se, com a convocatória dos políticos de oposição e com a chegada de pessoas de outras cidades próximas, que vinham somar-se ao protesto.

    Embora muitos carregassem a bandeira do candidato Guillermo Lasso, também apareceram pessoas só com a bandeira do Equador ou vestindo a camiseta da seleção equatoriana, afirmando que estavam preocupados com um possível ato autoritário do governo contra a lei eleitoral. Os gritos de guerra eram "segundo turno, segundo turno" e "o Equador é uma democracia".

    Em outros polos importantes do país, como Guayaquil, também houve protestos e o próprio prefeito, Jaime Nebot, opositor de Correa, organizou uma marcha para exigir que o CNE admitisse que a tendência de segundo turno já era irreversível.

    O presidente Rafael Correa, que no domingo comemorava uma vitória no primeiro turno, passou a divulgar mensagens por meio das redes sociais dizendo que seu partido, o Alianza País, estava pronto para a "campanha suja da oposição", caso houvesse segundo turno, e que o processo todo culminaria com "mais uma vitória popular".

    Já o governista Lenín Moreno, até a tarde desta terça (21) ainda acreditava numa possível vitória no primeiro turno "de acordo com nossos dados". Porém, se fosse anunciado um segundo turno, afirmou que o encararia como uma parte da luta que venceria ao final.

    A corrida pelos votos dos eleitores dos seis candidatos que ficaram de fora, porém, já começou. Lasso propôs a Moreno que se realizassem, a partir do próximo domingo, debates semanais entre os dois até a semana anterior à votação, ao que o governista ainda não respondeu.

    A terceira colocada, a direitista Cynthia Viteri (com 16,17%), anunciou que apoiaria Lasso. O Alianza País, porém, conta com que muitos de seus eleitores não sigam sua orientação por conta da pouca atenção que Lasso dá a questões de gênero, uma das bases da campanha de Viteri.

    Moreno também diz contar com a conquista dos votos do ex-general esquerdista Paco Moncayo (6,82%). Este, porém, declarou que se manterá neutro num eventual segundo turno.

    Já os outros candidatos afirmaram que o país está cansado do "correísmo" e a tendência é que anunciem, nos próximos dias, o apoio a Lasso.

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