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    Alemanha teve 3.500 ataques contra refugiados e imigrantes em 2016

    DA AFP
    DE SÃO PAULO

    27/02/2017 00h27

    A Alemanha registrou em 2016 quase 3.500 ataques contra refugiados e demandantes de asilo, uma média de quase dez por dia, informou neste domingo (26) o Ministério do Interior.

    Os ataques deixaram 560 feridos, incluindo 43 crianças, de acordo com o ministério, que respondeu a um questionamento do Parlamento sobre esses episódios.

    Uwe Lein - 22.fev.2017/AFP
    Manifestantes protestam contra a deportação de afegãos no aeroporto de Munique no dia 22
    Manifestantes protestam contra a deportação de afegãos no aeroporto de Munique no dia 22

    Segundo os dados da polícia, 2.545 ataques foram dirigidos contra refugiados. Também ocorreram ações contra 988 estruturas de recepção de refugiados e demandantes de asilo, incluindo incêndios provocados —esse número é um pouco menor que os 1.031 casos de vandalismo registrados em 2015.

    Naquele ano, em plena crise de refugiados na Europa, a Alemanha recebeu 890 mil demandantes de asilo, uma onda migratória que pressionou o governo da chanceler Angela Merkel e levou ao avanço do partido xenófobo AfD em eleições regionais.

    Em 2016, o fluxo de chegadas caiu para 280.000 pessoas, sobretudo pelo fechamento da chamada "rota dos Bálcãs" e pelo acordo de recepção de refugiados entre a UE e Turquia.

    FALSOS ABUSOS

    Uma investigação da polícia alemã revelou que os relatos de abuso sexual supostamente cometidos por refugiados no último Réveillon em Frankfurt (oeste) foram inventados.

    O suposto ataque foi noticiado no último dia 5 pelo tabloide "Bild", que classificou como "assédio em massa" os relatos de que um grupo de homens de aparência árabe teria assediado mulheres que estavam em um bar na Fressgass, tradicional rua de bares e restaurantes em Frankfurt.

    A polícia alemã informou, no último dia 13, que "durante a noite de Réveillon, não houve ataques em massa de refugiados na Fressgass" e que "as acusações são infundadas".

    "Entrevistas com testemunhas, clientes e empregados levaram a grandes dúvidas quanto à versão dos eventos que foi apresentada inicialmente", diz o relatório.

    Duas pessoas estão sob investigação por espalharem os falsos rumores e desperdiçar os recursos policiais.

    Com circulação diária de cerca de 3 milhões de exemplares, o "Bild" é o maior jornal da Europa. Em nota, o veículo pediu desculpas. "Esta reportagem não corresponde de forma alguma aos padrões jornalísticos do 'Bild'". O texto foi retirado do site.

    A crise dos refugiados e o temor com a insegurança serão temas importantes da eleição federal alemã, marcada para setembro.

    Os ataques a mulheres no Réveillon de Colônia, em 2016, impulsionaram as críticas à política de Merkel.

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