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    Governo Trump

    Trump quer aumentar em US$ 54 bilhões orçamento militar dos EUA

    ISABEL FLECK
    DE WASHINGTON

    27/02/2017 14h43 - Atualizado às 21h34

    O presidente dos EUA, Donald Trump, quer aumentar em quase 10% os gastos militares no próximo ano fiscal —uma soma de US$ 54 bilhões que sairia de cortes em outras áreas, como o Departamento de Estado.

    A decisão, anunciada por Trump nesta segunda (27), confirma que o republicano pretende retomar o enfoque militarista da atuação americana no exterior, na contramão da redução dos gastos na área implementada pelo governo Obama nos últimos anos. O orçamento precisa ser aprovado pelo Congresso.

    Joshua Roberts/Reuters
    O presidente Donald Trump fala durante jantar aos governadores na Casa Branca neste domingo (26)
    O presidente Donald Trump fala durante jantar aos governadores na Casa Branca neste domingo (26)

    Desde 2009, os gastos militares haviam caído 19%, de US$ 738 bilhões para US$ 596 bilhões em 2016 —o equivalente a 15,4% do orçamento total do governo federal. Neste meio tempo, o país retirou suas tropas do Iraque e reduziu muito seu efetivo no Afeganistão —de 100 mil militares americanos no país em 2011 para os atuais 8.400.

    Segundo Trump, este será "um orçamento de segurança pública e nacional", e a decisão vai ao encontro da sua promessa de "manter a segurança dos americanos".

    "O orçamento vai incluir um aumento histórico em gastos de defesa para reconstruir as esgotadas Forças Armadas dos EUA no momento em que mais precisamos delas", disse Trump a governadores de Estado reunidos na Casa Branca nesta segunda.

    Um alto funcionário do Escritório de Administração e Orçamento afirmou a jornalistas que a maioria das agências federais vai sofrer cortes para que os militares possam ter esse aumento.

    Segundo ele, o orçamento para a ajuda americana a outros países —que é parte do Departamento de Estado— deve ser um dos mais prejudicados, apesar de representar uma pequena fração do gasto total do governo e de seu trabalho também estar ligado à promoção da segurança nacional. A chancelaria americana pode ainda ter o número de postos no exterior e enviados reduzidos.

    Defesa como prioridade - Gastos militares dos EUA (em US$ bilhões)

    Outras áreas na mira dos cortes mais significativos, segundo a imprensa americana, são a Agência de Proteção Ambiental (EPA) e programas sociais. Funcionários da Casa Branca afirmam, porém, que o Medicare (programa público de saúde a maiores de 65 anos) e a Seguridade Social serão poupados.

    O pedido de Trump para o Pentágono inclui mais dinheiro para a construção naval e aeronaves militares e para estabelecer "uma presença mais robusta nas principais vias navegáveis internacionais", como o estreito de Hormuz, no Oriente Médio, e o mar do Sul da China.

    Segundo o diretor de orçamento da Casa Branca, Mick Mulvaney, a proposta não prevê aumento do deficit, que deve chegar a US$ 500 bilhões no próximo ano fiscal —mas também não vai reduzi-lo. O orçamento foi desenvolvido por uma equipe chefiada pelo estrategista-chefe de Trump, Stephen Bannon.

    Os maiores orçamentos militares - Em 2016, em US$ bilhões

    A Casa Branca enviou a proposta para análise dos departamentos federais, mas é o Congresso, controlado pelos republicanos, que tem a palavra final. A proposta deverá, inclusive, ser um dos principais assuntos de Trump no discurso que fará ao Congresso nesta terça (28).

    Ainda nesta segunda, o secretário de Defesa, James Mattis, entregou a Trump um plano para "derrotar rapidamente" o Estado Islâmico, que incluiria maior engajamento na Síria. O governo, contudo, não deu detalhes.

    Em 28 de janeiro, Trump assinara um decreto no qual ordenava a entrega, em até um mês, de um rascunho de plano para acabar com o EI.

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