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    Países não devem culpar UE por seus próprios problemas, diz líder do bloco

    DIOGO BERCITO
    EM ROMA

    01/03/2017 14h07

    O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apresentou na quarta-feira (1º) uma série de propostas para o futuro da União Europeia (UE), pedindo que governos deixem de criticar o bloco econômico por suas próprias dificuldades.

    Juncker falava ao Parlamento Europeu em meio a meses de ansiedade no continente. O Reino Unido decidiu em junho deixar o bloco e movimentos nacionalistas têm ganhado apoio em países como França e Itália.

    Francois Lenoir - 24.jun.2016/AFP
    European Commission chief Jean-Claude Juncker is pictured during a meeting with the EU Parliament leader, the President of the European Council, and the Dutch Prime Minister (not pictured) at the EU Headquarters in Brussels on June 24, 2016. European Commission chief Jean-Claude Juncker on June 24, 2016 denied that Britain's shock vote to leave the EU was the start of a process of disintegration for the bloc. / AFP PHOTO / POOL / FRANCOIS LENOIR ORG XMIT: THY01
    O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em junho

    "O futuro da Europa não deveria ser refém de eleições, partidos políticos ou gritos de triunfo direcionados ao público local", disse, criticando a estratégia recorrente de culpar burocratas em Bruxelas por decisões impopulares, como os cortes nos gastos públicos.

    Problemas como o alto desemprego entre jovens, afirmou, não são competência da UE, mas dos governos nacionais.

    "Nós não deveríamos convencer as pessoas de que podemos simplesmente evocar o Sol e a Lua. Na melhor das hipóteses, podemos entregar um telescópio."

    Os cenários sugeridos por Juncker variam entre manter o bloco como está e promover uma integração em blocos –alguns países se aproximariam mais rapidamente do que outros, uma opção que preocupa Estados periféricos, que poderiam ser escanteados.

    Grupos de países poderiam, nesse modelo, integrar-se em diferentes setores e com diferentes velocidades, da mesma maneira em que hoje nem todos utilizam o euro como moeda comum.

    ELEIÇÕES

    Este ano será decisivo para o futuro da UE, com eleições em dois países centrais, França e Alemanha. A Itália também passa por importantes transformações políticas, após a renúncia do então premiê Matteo Renzi, e há a possibilidade de eleições antecipadas.

    Líderes do bloco europeu devem se reunir em Roma no fim deste mês para discutir o futuro, celebrando também seu aniversário de 60 anos.

    A premiê britânica, Theresa May, foi convidada, mas não deve comparecer -ela deve dar início à saída do Reino Unido da UE também no final de março, um processo que poderá durar dois anos.

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