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    Guerrilheiros das Farc começam a entregar armas na Colômbia

    DA AFP

    01/03/2017 14h31

    As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) começarão nesta quarta-feira (1º) o processo de entrega de armas, ponto essencial do acordo de paz assinado com o governo para acabar com meio século de confrontos.

    "É um dia histórico para o país", escreveu no Twitter o presidente Juan Manuel Santos.

    Luisa González - 01.fev.2017/Colprensa/Xinhua
    (170206) -- PONDORES, febrero 6, 2017 (Xinhua) -- Imagen del 1 de febrero de 2017, de mujeres del bloque "Caribe" de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC), reaccionando en la zona veredal en Pondores, departamento de La Guajira, Colombia. La Oficina del Alto Comisionado de Paz del gobierno de Colombia informó que comenzó la última marcha de los integrantes de la guerrilla de las FARC, quienes se dirigen hacia las zonas veredales de transición en busca de la legalidad. (Xinhua/Luisa González/COLPRENSA) (ma) (ce) ***CREDITO OBLIGATORIO*** ***NO ARCHIVO-NO VENTAS*** ***SOLO USO EDITORIAL*** ***PROHIBIDO SU USO EN COLOMBIA***
    Guerrilheiras das Farc em La Guarija

    O chefe das Farc, Rodrigo "Timochenko" Londoño, também comemorou na rede social o que chamou de "um passo a mais para a paz" com o início do desarmamento da guerrilha nas zonas onde se preparam para voltar à vida civil.

    Alçadas contra o Estado em 1964, as Farc selaram um acordo de paz com o governo de Bogotá depois de quatro anos de negociações que estabelecem que os rebeldes deveriam depor as armas em um período de 180 dias a partir de 1º de dezembro, o chamado "dia D", em um processo supervisionado pelas Nações Unidas.

    Segundo o cronograma acertado, a entrega das armas será feita em três fases: em D+90 são entregues 30% das armas; em D+120, outros 30%; e em D+150, os demais 40% restantes, para terminar no mais tardar no dia D+180.

    Mas, antes da primeira etapa, deveriam ser cumpridos passos prévios: registro das armas, destruição do armamento instável (explosivos, minas) e armazenamento das armas pesadas.

    Houve um atraso devido a problemas logísticos da guerrilha e deveria ter terminado em 31 de dezembro, mas foi completado em 18 de fevereiro.

    Dessa forma, as partes concordaram em iniciar o processo nesta quarta, sem modificar o limite dos 180 dias.

    DISPOSIÇÃO

    A ONU (Organização das Nações Unidas), que destinou 450 observadores internacionais para esta missão, elogiou em um comunicado "o consenso das partes de iniciar sem mais demora".

    O "armazenamento gradual" em contêineres começará com a recepção das armas dos 322 membros das Farc que integram o Mecanismo de Monitoramento e Verificação, uma entidade tripartite (guerrilha, governo e ONU) que deve controlar o cessar-fogo.

    Na zona de concentração das Farc em San José de Oriente, a 30 minutos da cidade de Valledupar (norte), a guerrilheira Adriana Cabarrus disse à agência de notícias AFP que o grupo "está dando este passo com toda disposição e bom ânimo".

    Outra guerrilheira, Maritza González, de 54 anos e militante desde os 14, está esperançosa. "Estou deixando o fuzil pela escova", afirmou.

    Área ainda sob influência das Farc

    REGISTRO DE ARMAS

    O registro e a entrega de armas serão coordenados nesta fase apenas entre a ONU e as Farc, com o organismo multilateral atuando como avalista do processo, explicou o Alto Comissário para a Paz, Sergio Jaramillo.

    O presidente Santos, que recebeu o Nobel da Paz por seus esforços de pacificação, disse na véspera que "o país entrou em uma etapa irreversível de consolidação da paz".

    Dessa forma, anunciou o lançamento de programas para o pós-conflito, como planos especiais de desenvolvimento de municípios atingidos pela violência.

    O governo também informou que haverá outros avanços na aplicação da paz: 1.200 guerrilheiros poderão receber anistia ainda esta semana e a possível discussão final no Congresso na próxima semana sobre a Jurisdição Especial para a Paz (JEP), que, segundo o acordo, julgará os delitos cometidos nos 50 anos de confronto.

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