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    Investigada, Marine Le Pen perde imunidade do Parlamento Europeu

    DIOGO BERCITO
    EM ROMA

    02/03/2017 09h20 - Atualizado às 15h25

    Legisladores europeus retiraram nesta quinta-feira (2), a pedido do Judiciário francês, a imunidade parlamentar de Marine Le Pen, do partido ultradireitista Frente Nacional.

    Uma das favoritas à Presidência francesa, Le Pen publicou em dezembro de 2015 imagens explícitas de violência em sua conta no Twitter.

    As fotos incluíam a decapitação do jornalista americano James Foley pela milícia radical Estado Islâmico.

    Le Pen é investigada pelas publicações, mas não podia ser acusada formalmente devido à imunidade dada pelo Parlamento Europeu. Ela representa a Frente Nacional na legislatura europeia.

    Houve 18 votos a favor de suspender a imunidade de Le Pen e três contra entre os membros do comitê legal do Parlamento europeu. Ninguém se absteve.

    François Nascimbeni - 3.set.2016/AFP
    A candidata da extrema direita à Presidência da França, Marine Le Pen, discursa em Brachay em 2016
    A candidata da extrema direita à Presidência da França, Marine Le Pen, discursa em Brachay em 2016

    Laura Ferrara, legisladora pelo movimento populista italiano 5 Estrelas, afirmou que as imagens publicadas por Le Pen na rede social ferem os direitos humanos.

    Essa não é a primeira vez que Le Pen perde a sua imunidade. Ela foi acusada em 2015 por incitar a discriminação em relação à crença alheia, ao comparar a reza de muçulmanos em público com a ocupação nazista da França durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A acusação foi retirada.

    PRISÃO

    Os próximos passos dependerão da promotoria. O caso pode ser abandonado, investigado ou enviado diretamente ao julgamento.

    É improvável que isso aconteça antes das eleições, cujo primeiro turno está previsto para 23 de abril. O desempate será em 7 de maio.

    A publicação de imagens violentas, o delito pelo qual Le Pen é investigada, pode levar a três anos de prisão e uma multa de R$ 247 mil.

    A ultra-direitista diz que a suspensão de sua imunidade é uma interferência na campanha, que por ora lidera.

    Le Pen também é investigada por pagamentos irregulares em seu gabinete com fundos europeus. A candidata teria remunerado seu guarda-costas como um assistente parlamentar.

    A suspensão de sua imunidade está relacionada ao caso das imagens violentas, e não aos pagamentos irregulares com verba europeia.

    RIVAIS

    Pesquisas de opinião publicadas nas últimas semanas prevêem que Le Pen vencerá o primeiro turno, mas será derrotada no segundo.

    Seus principais rivais são o conservador François Fillon, da sigla Republicanos, e o centrista independente Emmanuel Macron.

    Fillon também está sendo investigado. Ele deve ser acusado formalmente no próximo dia 15 por ter contratado sua mulher, Penelope, para o cargo de assistente parlamentar. Acredita-se que ela não exerceu a função.

    Macron, por sua vez, apresentou os contornos de seu programa nesta quinta-feira, pedindo tolerância zero à corrupção, em uma mensagem clara a Le Pen e Fillon.

    Le Pen terá 25% dos votos no primeiro turno, contra os 24% de Macron e os 20,5% de Fillon, segundo uma sondagem divulgada na terça.

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