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    Um dia após destituição, presidente sul-coreana continua no palácio

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    11/03/2017 17h38 - Atualizado às 18h16

    Yao Qilin/Xinhua
    (170311) -- SEOUL, March 11, 2017 (Xinhua) -- Supporters of South Korea's ousted leader Park Geun-hye wave flags during a rally in Seoul, South Korea, March 11, 2017. (Xinhua/Yao Qilin) (zjy)
    Apoiadores da presidente sul-coreana, destituída na sexta-feira (10), protestam em Seul

    Um dia após ter sido destituída por meio de um processo de impeachment, a ex-presidente sul-coreana Park Geun-Hye continuava morando no palácio presidencial em Seul e não dava sinais de que iria sair logo.

    A Corte Constitucional do país confirmou na sexta-feira (10) a destituição de Park, votada em 9 de dezembro de 2016 pela Assembleia Nacional. Ela estava envolvida em um escândalo de corrupção.

    Mas Park continua na Casa Azul, a residência oficial, e não fez nenhum pronunciamento sobre sua destituição. Críticos acreditam que seu silêncio é uma maneira de encorajar os apoiadores que se recusam a aceitar a decisão sobre o impeachment. Um porta-voz de Park afirmou que ela ainda não saiu do palácio presidencial porque sua residência privada "ainda está em reforma para garantir sua segurança".

    Na sexta (10), três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos confrontos entre a polícia e apoiadores de Park, que são a minoria no país.

    Cerca de 50 mil manifestantes que se opõem a Park comemoravam o veredito cantando: "o povo venceu!" e "prendam Park!". Cerca de 20.000 partidários da ex-mandatária seguiam reunidos para exigir um reexame da decisão da Corte. A polícia estabeleceu barreiras para separar as manifestações opostas.

    O país fará novas eleições em dois meses e o candidato liberal é o favorito, após quase 10 anos de governo conservador.

    A confirmação de sua destituição priva Park de todos os poderes e privilégios, exceto em termos de segurança. A perda de sua imunidade a expõe a eventuais ações legais.

    Park é filha do ditador Park Chung-Hee e se tornou a primeira presidenta da Coreia do Sul, ao ser eleita em 2012 com a maior votação da história democrática do país.

    De acordo com a imprensa sul-coreana, ela acompanhou pela televisão, sozinha em seu quarto, o anúncio da decisão da justiça.
    Incrédula, imediatamente telefonou para seus conselheiros para confirmar o desfecho do caso, segundo o jornal sul-coreano "Chosun Ilbo".

    De acordo com seus conselheiros, citados pelo jornal, ela não tem planos imediatos de emitir um comunicado de imprensa sobre a decisão da Corte ou sobre suas próprias intenções.

    "A presidente pareceu surpreendida com a decisão", afirmou um dos conselheiros que não foi identificado pelo jornal, acrescentando que "deseja ficar sozinha neste momento".

    O caso que abalou a política sul-coreana envolve Choi Soon-sil, confidente e amiga íntima da presidente, acusada de ter utilizado a relação para enriquecer e influenciar as decisões políticas.
    Chamada de "Rasputina" pela imprensa, Choi Soon-sil foi detida em novembro e aguarda julgamento por coação e abuso de poder.

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