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    Vendas de marca da filha de Donald Trump disparam após eleição do pai

    DA BBC BRASIL

    14/03/2017 09h27

    Joe Raedle - 19.jul.2016/AFP
    CLEVELAND, OH - JULY 19: Donald Trump Jr. (L), Ivanka Trump (C), Eric Trump (R), take part in the roll call on the second day of the Republican National Convention on July 19, 2016 at the Quicken Loans Arena in Cleveland, Ohio. An estimated 50,000 people are expected in Cleveland, including hundreds of protesters and members of the media. The four-day Republican National Convention kicked off on July 18. Joe Raedle/Getty Images/AFP == FOR NEWSPAPERS, INTERNET, TELCOS & TELEVISION USE ONLY ==
    Ivanka Trump e seus irmãos Donald Jr. (à esq.) e Eric participam de convenção republicana, em julho

    Ivanka tem motivos para sorrir. Não apenas é vista como uma assessora influente de seu pai, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como também está vendo florescer a sua marca de moda.

    Há poucas semanas, a marca ganhou grande destaque na imprensa global após um tuíte de seu pai reclamando de uma rede de lojas que tinha desistido de vender seus produtos alegando pouca procura.

    Sem mencionar cifras, Abigail Klem, coordenadora da marca, comentou recentemente à revista de moda "Refinery29" que "as últimas semanas foram as melhores" da história da empresa.

    E os números confirmaram sua declaração. A rede online de roupas Lyst informou que as vendas dos produtos Ivanka Trump aumentaram 346% em fevereiro na comparação com janeiro e 557% na comparação com a média do ano passado.

    A porta-voz da Lyst nos Estados Unidos, Sarah Tanner, se disse surpresa: "Ver um aumento desses em um mês é completamente inédito e nos pegou de surpresa".

    Outras lojas também apontam tendências semelhantes. Na Amazon, as vendas em fevereiro na Amazon subiram 332% comparados ao mesmo período do ano anterior. Na rede de lojas de departamentos Macy's, o acréscimo foi de 148%.

    Klem acredita que as polêmicas ligadas ao presidente acabaram ajudando a empresa. As campanhas de boicote de grupos de oposição e as acusações de falta de ética feitas a funcionários da Casa Branca por terem promovido a marca não impediram seu sucesso.

    Chris Helgren - 03.fev.2017/Reuters
    Blusas e calças da linha de roupas de Ivanka Trump em loja de Toronto, no Canadá
    Blusas e calças da linha de roupas de Ivanka Trump em loja de Toronto, no Canadá

    TRAJETÓRIA

    Brenna Cammeron, correspondente da BBC News em Nova York, diz que Ivanka, 35, está acostumada a estar no centro das atenções do público.

    "Durante a adolescência, trabalhou como modelo; adulta, tornou-se uma bem-sucedida empresária cujo império abarca moda, mídia e autoajuda. Atribuem a ela um valor líquido de US$ 150 milhões (R$ 475 milhões)", acrescenta.

    Além de vender roupas, sapatos, joias, bolsa e perfumes de sua marca, Ivanka escreveu livros de autoajuda e participou do programa de TV "O Aprendiz", apresentado por seu pai.

    Com a chegada de Trump à Presidência, Ivanka e seu marido, Jared Kushner, se tornaram protagonistas dos bastidores políticos de Washington –o mesmo mundo que Donald Trump prometeu "drenar" como se fosse um pântano.

    Kushner é visto como um poderoso assessor para temas de relações internacionais.

    Ivanka é apresentada como um fator moderador no círculo de Trump, com voz em temas como política social –ela teria, por exemplo, levado-o a apoiar reformas que ajudassem mulheres trabalhadoras no país.

    E, de certa forma, a filha do presidente vem cumprindo o papel que às vezes é atribuído às primeiras-damas, como participar de reuniões sociais com autoridades estrangeiras.

    Ou seja, ela está mais perto do presidente do que qualquer outra pessoa. E ninguém duvida de sua influência política.

    Mas muitos acreditavam que isto colocaria em xeque sua veia comercial.

    O NEGÓCIO

    Ivanka se mudou para Washington no início do mandato do pai, deixando de lado a condução de seus negócios em Nova York.

    Pouco depois de Trump assumir a Presidência, várias empresas de roupas, como a rede de lojas Nordstrom, anunciaram que retirariam de seus mostradores os produtos de Ivanka, argumentando baixas vendas.

    Mas muitos ligavam a decisão dessas lojas a polêmicas ligadas à figura de Trump, o pai.

    Após a decisão da Nordstrom, há cerca de dois meses, Trump reclamou no Twitter: "Minha filha Ivanka está sendo tratada tão injustamente pela @Nordstrom. Ela é uma ótima pessoa –sempre me levando para o lado certo! Terrível!".

    Logo em seguida, a assessora da Presidência, Kellyanne Conway, fez coro à declaração de Trump. Durante uma entrevista à rede de TV americana Fox News, Conway comentou que usava peças da marca e recomendou que telespectadores as comprassem.

    Diversas organizações classificaram como inapropriada a intervenção de Conway em favor dos negócios da filha do presidente –assim como seria pouco ético o presidente do país reclamar publicamente de uma empresa por ter desistido de vender roupas de sua filha.

    Mas parece que toda essa discussão acabou funcionando como uma publicidade de peso.

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