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    Morre McGuinness, ex-dirigente do IRA e vice-premiê da Irlanda do Norte

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    21/03/2017 06h21

    Clodagh Kilcoyne/Reuters
    Martin McGuinness, ex-dirigente do IRA e vice-premiê da Irlanda do Norte
    Martin McGuinness, ex-dirigente do IRA e vice-premiê da Irlanda do Norte

    Martin McGuinness, ex-dirigente do grupo terrorista IRA (Exército Republicano Irlandês) e vice-premiê da Irlanda do Norte, morreu aos 66 anos, segundo o anúncio feito na terça (21) por seu partido, o nacionalista Sinn Féin.

    McGuinness havia deixado a política em janeiro, após cinco décadas de protagonismo, devido a uma doença à época não especificada.

    O presidente do Sinn Féin, Gerry Adams, disse em uma nota oficial que o ex-dirigente "demonstrou ter grande determinação, dignidade e humildade durante sua vida, e não foi diferente durante sua breve enfermidade".

    McGuinness uniu-se ao IRA em 1970 durante uma campanha violenta contra o mando britânico na Irlanda do Norte. Esse conflito sectário durou 30 anos, durante os quais aproximadamente 3.600 pessoas morreram.

    Nos anos 1980, ao lado de Adams, ele participou da consolidação do Sinn Féin, um aliado político do IRA.

    O ex-dirigente também foi essencial, no entanto, nos anos seguintes, durante o diálogo para a paz. Ele foi o negociador-chefe do partido nos encontros que levaram ao acordo de paz 1998.

    A primeira-ministra britânica conservadora, Theresa May, afirmou durante a manhã que, apesar de não aprovar as atividades violentas do início da carreira de McGuinness, "ele teve uma contribuição essencial e histórica" na transição à paz.

    "No coração de tudo isso estava seu profundo otimismo pelo futuro da Irlanda do Norte e acredito que todos nós devemos nos agarrar hoje a esse otimismo", disse.

    O presidente da Irlanda, Michael D. Higgins, afirmou que McGuinness foi responsável por "uma imensa contribuição" à paz e à reconciliação na Irlanda do Norte.

    "O mundo da política irá sentir falta da liderança que ele demonstrou durante os tempos difíceis do processo de paz", disse em uma nota.

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