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    'É preciso dar voz aos jovens para que não se radicalizem', diz líder islâmico

    LARA STAHLBERG
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM LONDRES

    23/03/2017 18h27

    As comunidades islâmicas devem dar voz aos jovens para que não se tornem radicais. Essa é a opinião de Jehangir Malik, CEO da organização humanitária Muslim AID em uma vigília realizada na Trafalgar Square.

    A praça, tradicional palco de manifestações em Londres, fica próxima de onde aconteceu o ataque na tarde desta quarta-feira (22).

    "É importante que eles tenham voz. Os jovens não podem ter medo de falar, de se expressar politicamente. Reprimir o discurso só traz alienação e leva esse tipo de visão para a clandestinidade. A democracia tem que permitir o debate e a discussão de ideias para seguir adiante", disse.

    "Nossa organização trabalha com jovens, detentos, pessoas em situação de rua etc. Nós trabalhamos com igrejas e pessoas de todos os tipos de fé. Parte do trabalho dentro da comunidade islâmica é trabalhar com os jovens", disse.

    Para o paquistanês Jawad Qamar, da Ahmadiyya Muslim Community, a comunidade muçulmana deve ter um papel ativo na promoção dos valores de paz do islã.

    "Nós estamos aqui hoje para mostrar que o islã é uma religião de paz e que nós estamos todos juntos. Nós apoiamos a todos os que foram afetados vítimas."

    Segundo ele, é importante que líderes políticos reforcem o discurso de união para evitar retaliações aos muçulmanos. "Os atos de uma pessoa não podem se refletir em toda uma comunidade", completou.

    Mais cedo, a polícia de Londres identificou o britânico Khalid Masood, 52, como autor dos ataques. Segundo a polícia, Masood não era alvo de nenhuma investigação em andamento e não há evidência de que ele planejava um ataque terrorista.

    A primeira-ministra Theresa May afirmou ao Parlamento que o autor do atentado havia sido investigado anos atrás pelo serviço secreto britânico. Embora as razões para o ataque ainda não tenham sido divulgadas, a organização terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria dos atos.

    SEGURANÇA

    Um forte esquema de segurança foi montado nas imediações da praça para a realização da vigília. O acesso de veículos bloqueado e houve incremento do efetivo policial, incluindo policiais armados e unidades caninas.

    O ato reuniu milhares de pessoas na região central de Londres teve a participação de lideranças religiosas e do prefeito Sadiq Khan. Ele voltou a dizer que os londrinos não serão intimidados por terroristas.

    Além de Kahn, falaram também o comissário Craig Mackey da polícia de Londres, que disse que a presença da população mostra a verdadeira natureza da cidade.

    "Pessoas tentaram destruir esta cidade com atos de terror muitas vezes. Eles nunca conseguiram e nunca vão conseguir", disse.

    Já a ministra do Interior, Amber Rudd, afirmou que "terroristas nunca vão nos derrotar".

    Velas foram acesas em um pequeno altar com flores nas escadarias que levam à National Gallery. Durante a vigília os presentes respeitaram um minuto de silêncio em memória das vítimas do ataque.

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