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    Polícia russa detém líder da oposição e centenas de manifestantes

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    26/03/2017 14h56 - Atualizado às 21h27

    Alexander Zemlianichenko/Associated Press
    Police detain a protester in downtown Moscow, Russia, Sunday, March 26, 2017. Russia's leading opposition figure Alexei Navalny and his supporters aim to hold anti-corruption demonstrations throughout Russia. But authorities are denying permission and police have warned they won't be responsible for "negative consequences" or unsanctioned gatherings. (AP Photo/Alexander Zemlianichenko) ORG XMIT: MOSB115
    Policiais detêm manifestante em Moscou

    Centenas de pessoas foram detidas neste domingo (26) em manifestações na Rússia contra a corrupção e pela renúncia do primeiro-ministro Dmitry Medvedev. No centro de Moscou, o opositor Alexei Navalny, que convocou o protesto, também foi detido, informou a organização OVD-Info.

    Os protestos, que estima-se ter sido o maior do país desde as ondas anti-Kremlin de 2011/2012, vêm um ano antes das eleições presidenciais a que Vladimir Putin deve concorrer, no que poderia ser seu quarto mandato —pesquisas apontam que a oposição tem pouca chance de destituir o atual presidente, mas os candidatos devem usar o descontentamento público para tentar apoio.

    Navalny, líder da oposição, foi preso no centro de Moscou. Ele foi colocado pela polícia em um caminhão e centenas de manifestantes se uniram ao redor, tentando abrir as portas do veículo. "Estou feliz que tantas pessoas tenham vindo [para as ruas] do leste [do país] para Moscou", disse, momentos antes da prisão.

    O opositor deve comparecer na segunda-feira a uma audiência com um juiz. "Está tudo bem da minha parte, não vale a pena lutar por mim", escreveu o próprio Navalny em sua conta no Twitter, antes de pedir a continuidade do protesto. "O tema hoje é a luta contra a corrupção", completou.

    O Kremlin havia dito, na sexta-feira, que os planos de protesto no centro de Moscou, que as autoridades rejeitaram, era uma provocação ilegal. Grigory Okhotin, um dos fundadores da OVD Info, disse que cerca de 600 pessoas foram detidas em Moscou neste domingo. A polícia afirmou que 7.000 a 8.000 pessoas estiveram na rua Tverskaya e redondezas no meio da tarde e que o número de detenções no final do dia era 500.

    No começo da noite, centenas de policiais se alinharam na praça Manezh, no final da Tverskaya, e expulsaram os manifestantes que se aproximavam dos muros do Kremlin.

    Na Praça Pushkin, o protesto reuniu milhares de pessoas, constatou a agência de notícias AFP.

    Em São Petersburgo, a segunda cidade russa (noroeste), cerca de 4.000 pessoas se reuniram, apesar da proibição das autoridades e uma presença massiva da polícia.

    Apesar das proibições oficiais em 72 das 99 cidades convocadas, foram planejadas ações e os russos foram às ruas.

    Alexei Navalny convocou as manifestações depois da publicação de um relatório acusando o primeiro-ministro Dmitry Medvedev de acumular uma enorme fortuna, muito superior a seu salário oficial.

    "Todo o país está cansado da corrupção", reclama Natalia Demidova, manifestante de 50 anos entrevistada pela AFP. "Medvedev deveria ter sido demitido assim que tudo foi revelado".

    A mídia estatal ignorou os protestos de domingo.

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