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    Manifestantes na Argentina vão às ruas em apoio ao governo Macri

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL A QUITO

    02/04/2017 13h42 - Atualizado às 17h39

    O presidente argentino, Mauricio Macri, recebeu, na tarde de sábado (1) o apoio de uma multidão de seguidores, que lotou as ruas do centro e se concentrou na Praça de Maio. Carregando bandeiras da Argentina ou usando a camiseta da seleção, os manifestantes repetiam os jargões do mandatário: "não vamos afrouxar" e "sim, se pode".

    Convocado pelas redes sociais, o ato de apoio ao presidente veio em resposta às seguidas marchas e piquetes que ocorreram em março, capitaneados pelas centrais sindicais e pelos professores estatais –que em algumas províncias, incluindo a de Buenos Aires, seguem em greve.

    No começo da semana passada, Macri e funcionários de alto escalão disseram que não iriam estimular a convocatória para esse ato porque isso soaria contraditório com seu discurso anti-piquetes e cortes de vias.
    Porém, após ver a Praça de Maio lotada, Macri abraçou o movimento, e postou nas redes sociais mensagens dizendo-se emocionado e reforçando sua mensagem "estamos juntos mudando o país." Houve marchas de apoio também em outras capitais de províncias.

    Macri: Si, se puede

    O apoio vem num período delicado, uma vez que as duas principais centrais sindicais do país, a CGT (Confederação Geral do Trabalho) e a CTA (Central de Trabalhadores da Argentina) convocaram a primeira greve geral desses 15 meses de governo, para a próxima quinta-feira (6).

    Os sindicatos reclamam que os aumentos salariais não estão correspondendo à alta inflação que se registra no país, de 40%. O governo defende-se, dizendo que esse número vem caindo desde o último trimestre e que sua meta, de que fique entre 12% e 17% até o fim do ano, será alcançada.

    Os trabalhadores reclamam ainda do aumento em dois pontos do desemprego e do salto nos índices de pobreza, de 28% para 32%.

    Os apoiadores de Macri, porém, apontaram para outros fatores. Entre os gritos de guerra estava o de "não deixemos que eles voltem", referindo-se ao kirchnerismo, que se reagrupa para disputar as eleições legislativas de outubro, com Cristina Kirchner liderando pesquisas para o Senado.

    Também se lia em cartazes: "estamos aqui voluntariamente", ecoando o discurso do governo de atribuir a alta presença de apoiadores às marchas sindicalistas a supostas ajudas de transporte e alimentação.
    "Quem compareceu hoje veio com o coração, sem que ninguém tenha oferecido nem ônibus nem ´choripan´(comida típica popular)", disse o presidente.

    A marcha serviu também de termômetro para mostrar a atual divisão da sociedade. Embora o índice de aprovação de Macri tenha caído quatro pontos nos últimos meses, ainda está num patamar alto, de 53%, segundo o instituto Isonomia, colocando-o como um dos melhores avaliados na região.

    Ao mesmo tempo em que a semana começa com a perspectiva da greve geral dos sindicatos, o governo concentrará sua atenção na edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Buenos Aires a partir de quarta-feira (6).

    Um artigo do chefe de gabinete, Marcos Peña, publicado neste domingo (2) no "Clarín", exaltava justamente este que é considerado o grande trunfo da gestão até aqui, que é o de apresentar aos empresários e mercados internacionais que a Argentina deixou de ser um país protecionista e hoje está aberto aos negócios e aos investimentos.

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