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    OEA se prepara para declaração de ruptura constitucional na Venezuela

    DA AFP

    02/04/2017 14h18

    Handout/Reuters
    Venezuela's President Nicolas Maduro (C) speaks during a meeting with ministers and other Venezuelan authorities at Miraflores Palace in Caracas, Venezuela April 1, 2017. Miraflores Palace/Handout via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS PICTURE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. EDITORIAL USE ONLY. ORG XMIT: VEN03
    Presidente da Venezuela Nicolás Maduro (ao centro), durante encontro com ministros

    A OEA (Organização de Estados Americanos) se preparava para uma reunião de emergência sobre a Venezuela marcada para esta segunda-feira (3), na qual 13 países buscarão declarar uma "violação da ordem constitucional" e ativar mecanismos diplomáticos para solucionar a crise institucional no país.

    A pedido de 20 países, além do secretário-geral, Luis Almagro, os 34 Estados do Conselho Permanente se reunirão na sede do órgão continental, em Washington.

    Esta será a terceira reunião do Conselho Permanente sobre a Venezuela em uma semana, e a primeira após a enxurrada de críticas internacionais pelas decisões do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela de assumir as funções da Assembleia Nacional (parlamento unicameral), dominada pela oposição, e retirar a imunidade dos parlamentares.

    A convocação da presidência do Conselho, feita na noite de sexta-feira (31), prevê a avaliação "dos acontecimentos recentes na Venezuela".

    Mas 13 governos buscarão aprovar um projeto de resolução que declara que as decisões do máximo tribunal venezuelano "são incompatíveis com a prática democrática e uma violação da ordem constitucional" no país petroleiro.

    A iniciativa, que, se aprovada, constituiria o passo mais drástico da comunidade continental desde o início da crise institucional na Venezuela, há um ano, é apoiada, entre outros, por Brasil, Estados Unidos, Argentina, Peru e México.

    Ainda assim, o texto precisaria de pelo menos 18 votos (a maioria dos 35 países-membros da OEA; Cuba foi reintegrada, mas não participa) para ser aprovado no Conselho Permanente.

    Embora seis países do Caribe, que costuma se alinhar com a Venezuela, tenham se unido às vozes que convocaram a sessão, apenas um, Antígua e Barbuda, apoia o projeto de resolução.

    A reunião desta segunda-feira será presidida pelo embaixador da Bolívia, um aliado declarado da Venezuela e que assumiu ontem a presidência do Conselho Permanente.

    O texto insta a Venezuela a restaurar as atribuições da Assembleia Nacional e pretende implementar naquele país "mecanismos interamericanos" para a "preservação da democracia", conforme a Carta Democrática Interamericana.

    A Venezuela rejeita qualquer intervenção da OEA em seus assuntos internos, e o presidente Nicolás Maduro garantiu na última sexta-feira que, no país, "há plena vigência da Constituição, dos direitos civis e políticos, dos direitos humanos e do poder popular".

    O projeto de resolução se alinha com as expectativas da oposição venezuelana, há anos impaciente com o que chama de indiferença dos países vizinhos.

    "As coisas mudaram drasticamente, porque se materializou o fechamento do poder mais representativo da democracia", criticou o líder opositor Henrique Capriles, após se reunir com Almagro na sede da OEA.

    Declarando "uma hora decisiva no continente", Capriles convidou a maioria dos governos a exigir a convocação de eleições na Venezuela, bem como a libertação de uma centena de "presos políticos" e a criação de um canal humanitário para atender à escassez profunda de alimentos e remédios.

    A Comissão Interamericana de Direitos Humanos somou-se na última sexta-feira à onda de condenações à Venezuela, denunciando uma "usurpação das funções do poder Legislativo".

    A Venezuela participa da reunião com uma erosão de seus apoios na OEA. A crise naquele país, no entanto, foi dissipada antes do encontro, uma vez que o supremo tribunal voltou atrás neste sábado na decisão de assumir as faculdades do Parlamento, depois de que a medida gerou divisões dentro do chavismo e fortes críticas da comunidade internacional.

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