O primeiro-ministro conservador Aleksandar Vucic, da Sérvia, venceu as eleições presidenciais no país e deverá consolidar seu domínio sobre a política da ex-república iugoslava. Aliado do russo Vladimir Putin, ele deverá estreitar ainda mais os laços entre as duas nações de maioria eslava.

No poder desde 2014, Vucic teve, segundo pesquisas, 55% dos votos no primeiro turno da eleição, evitando uma segunda rodada. O segundo colocado ficou com 16%. O cargo de presidente é mais cerimonial, mas a expectativa é de que Vucic o "vitamine" da mesma forma que o turco Recip Erdogan fez quando venceu pleito nas mesmas condições.

Apesar de sua proximidade com o Kremlin, que visitou e onde recebeu apoio de Putin durante a campanha, Vucic, 47, tem um discurso pró-europeu também. Em seu discurso de agradecimento pela vitória, citou Putin e a chanceler alemã, Angela Merkel. Ele indicou algumas vezes que gostaria de ver a Sérvia como parte da União Europeia, mas na prática os laços mais fortes que construiu foi com o líder russo.

A oposição, derrotada fragorosamente segundo as pesquisas, o critica como dissimulado. Diz que seu passado ultranacionalista, forjado na guerra civil que desmembrou a antiga Iugoslávia nos anos 1990, não pode ser escondido pelo verniz europeu de agora.

Em mais de uma ocasião Vucic defendeu os líderes sérvios da Bósnia, acusados de atrocidades na guerra naquela república ex-iugoslava. Na realidade, houve crimes de todos os lados, embora os cometidos pelos sérvios contra muçulmanos tenham sido registrados como os mais graves.