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    Crise política na Venezuela impacta votação no Equador

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL A QUITO

    03/04/2017 02h18

    Os incidentes na Venezuela na última semana -que levaram o governo a retirar e depois devolver as atribuições legislativas ao Congresso- tiveram impacto na campanha eleitoral no Equador.

    A oposição aproveitou o episódio para apontar para a relação de afinidade entre a gestão Rafael Correa e o regime venezuelano. Em suas falas, o conservador Guillermo Lasso reforçou que um voto no governista Lenín Moreno poderia significar a degradação do país, como se observa na Venezuela.

    "O que se vota hoje é uma opção entre dois caminhos, ou viramos a Venezuela ou optamos pela paz, pela liberdade e pela democracia", disse Lasso, após votar, em Guayaquil, na manhã de domingo (2).

    Eleitores ouvidos pela Folha em Quito também se referiram à crise do país caribenho. "Não gosto de nenhum dos dois candidatos, mas votei em Lasso para ver se saímos desse bolivarianismo que ninguém aguenta mais. Não quero ver supermercados vazios ou minha família tendo de deixar o país", disse Samuel Donozo, 26. Cartazes pregados em muros da cidade, vistos durante a semana, diziam: "O Equador não é nem será a Venezuela, votem Lasso".

    Porém, a Venezuela não é apenas mau exemplo para alguns equatorianos. "O que estão fazendo contra a Venezuela e contra Lenín Moreno é uma campanha midiática negativa muito forte. Justamente por isso é preciso apoiar o socialismo do século 21", disse Miguel Ordáz, 48, eleitor do candidato governista.

    Apoiadores de Correa, aliás, costumam apontar a peculiaridade da Revolução Cidadã (nome dado pelo presidente para sua gestão) com relação ao bolivarianismo venezuelano.

    "Nós e o chavismo abraçamos as mesmas causas de justiça social, mas não rompemos com o empresariado nem nos isolamos do mundo. Correa é pragmático", disse o engenheiro Martín Loreto, 58, outro eleitor de Moreno, logo após votar

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