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    Forças de segurança voltam a reprimir protestos da oposição a Maduro

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    06/04/2017 21h29

    Os opositores ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltaram a ser alvo nesta quinta-feira (6) das forças de segurança do governo, que dispersaram a terceira manifestação convocada pelo grupo em uma semana.

    Os adversários do mandatário voltaram a se medir nas ruas com os governistas que, assim como na última terça (4), não foram impedidos de avançar e chegar à Assembleia Nacional, no centro da capital venezuelana.

    Cerca de 20 mil pessoas vindas de sete pontos da cidade ocuparam a autoestrada Francisco Fajardo, que liga a zona leste, reduto da oposição, à região central —três vezes mais dos que foram às ruas dois dias atrás.

    Inicialmente, a intenção era terminar a manifestação na zona leste, mas o grupo decidiu avançar em direção à sede da Defensoria do Povo, no centro, em protesto contra seu responsável, Tarek William Saab, indicado pelo chavismo.

    Saab não comentou sobre as decisões do Tribunal Supremo de Justiça que tiravam a imunidade parlamentar e davam ao Judiciário o poder de legislar pelo desacato do Legislativo. As sentenças foram revertidas no sábado (1º).

    No meio do caminho, agentes da Polícia Nacional e da Guarda Nacional atiraram bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos d'água. Manifestantes mascarados responderam com pedras, garrafas e paus.

    O deputado opositor Miguel Pizarro criticou os policiais por não permitir a negociação dos líderes políticos com oficiais, como foi feito na terça. "Lutar pela resistência é um caminho longo, mas precisamos manter a paz".

    O ex-presidenciável Henrique Capriles disse sentir vergonha do governo de Maduro, para quem perdeu a eleição de 2013. "O governo escolheu o caminho da ditadura e cabe a nós resistir, lutar e avançar para termos eleições".

    Houve protestos também em Maracaibo, Coro, Punto Fijo, Maturín, Maracay, Mérida, Porlamar e Barquisimeto. Alguns deles foram reprimidos pelas forças de segurança ou pelos coletivos (milícias armadas chavistas).

    Os opositores marcaram para o próximo sábado (8) uma nova mobilização contra o governo. Será o quarto protesto dos opositores em oito dias.

    ATO CHAVISTA

    Ao mesmo tempo em que ocorria o protesto opositor, milhares de governistas percorreram as ruas do centro da cidade rumo à Assembleia Nacional em apoio a Maduro, repúdio aos opositores e exigindo respeito à Constituição.

    Para os chavistas, os opositores violaram a lei máxima ao aprovar o afastamento de juízes do TSJ sem dar direito de defesa e sem o Poder Cidadão haver determinado que houve uma falta grave dos magistrados.

    O dirigente governista Freddy Bernal acusou Capriles de querer a violência. "Não venha chorar se um dia acontece uma desgraça e o senhor termina em um calabouço com seus amigos Leopoldo López e Julio Borges".

    Bernal se referia ao pedido de investigação feito na terça (4) pelo Ministério do Interior à Justiça para investigar o líder opositor de violar a Constituição ao interromper o tráfego de ruas de Caracas durante as manifestações.

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