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    Putin considera que ataque dos EUA é baseado em 'pretextos inventados'

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    07/04/2017 03h31 - Atualizado às 12h03

    Mass Communication Specialist 3rd Class Ford Williams/U.S. Navy via AP
    Imagem cedida pela Marinha dos EUA do navio USS Porter lançando um míssil Tomahawk do mar Mediterrâneo em direção à Síria
    Imagem do navio USS Porter lançando um míssil Tomahawk do mar Mediterrâneo em direção à Síria

    O presidente russo Vladimir Putin considera que o bombardeio americano contra a base aérea do regime sírio é uma "agressão contra um Estado soberano" baseado "em pretextos inventados", afirmou o Kremlin, principal aliado do regime de Bashar al-Assad.

    Dmitri Medvedev, premiê russo, disse em uma rede social que os ataques estiveram "a um passo" de atingir as forças da Rússia, apesar de os EUA terem dito que informaram os russos com antecedência sobre o ataque.

    O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a "ação de Washington causa um prejuízo considerável às relações entre Estados Unidos e Rússia, que já se encontram em um estado lamentável".

    O porta-voz do Exército russo anunciou nesta sexta-feira que apenas 23 dos 59 mísseis americanos atingiram a base aérea síria de Al-Shayrat. No anúncio, os militares russos disseram ainda que seis jatos foram destruídos na base e que a pista está intacta.

    A Rússia afirma que as defesas antiaéreas do Exército da Síria devem ser reforçadas. "Com o objetivo de proteger as infraestruturas sírias mais sensíveis, vamos adotar uma série de medidas o mais rápido possível para reforçar e melhorar a eficácia do sistema de defesa antiaérea das Forças Armadas sírias", declarou o porta-voz do Exército russo, Igor Konachenkov.

    O Kremlin também afirmou que irá suspender o acordo que havia firmado com os EUA de informar os americanos do uso do espaço aéreo sírio.

    O Pentágono convocou nesta sexta-feira sua contraparte militar russa a manter abertos os canais de comunicação, interrompidos abruptamente nesta quinta-feira (6) em meio aos ataques dos Estados Unidos.

    A linha direta havia sido estabelecida em 2015, pouco depois de a Rússia se envolver definitivamente no conflito sírio, para tentar evitar eventuais problemas ou mal-entendidos entre americanos e russos.

    O porta-voz do Pentágono, o Major Adrian Rankine-Galloway, afirmou que "é em benefício de todas as partes que operam no espaço aéreo da Síria evitar acidentes e erros de cálculo, e esperamos que o ministério russo da Defesa chegue a esta mesma conclusão".

    Moscou voltou a afirmar que o governo sírio não possui armas químicas e que não foi responsável pelo ataque que deixou mais de 80 mortos na última terça-feira (4).

    A Rússia convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o ataque com mísseis dos EUA contra a Síria nesta quinta-feira (6).

    Moscou é aliada do regime do ditador sírio Bashar al-Assad desde 2015. A declaração do Kremlin também afirma que Putin crê que o ataque americanos cria um "sério obstáculo" para a criação de uma coalizão internacional de luta contra o terrorismo.

    ALIADOS

    O governo do Irã foi outro que condenou o ataque americano. Para o país persa, a intervenção servirá apenas para "deixar os terroristas do país mais fortes".

    A milícia xiita libanesa Hizbollah classificou a ação como um "passo idiota" que levará a "grandes e poderosas tensões" no Oriente Médio. Um dos apoiadores de Assad, o grupo declarou que o ataque não vai desmoralizar o Exército sírio ou afetar negativamente os seus aliados.

    ATAQUE À SÍRIAO míssel Tomahawk

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