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    Polícia do Equador invade instituto acusado de manipular pesquisas

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    07/04/2017 22h51

    A Polícia Nacional e o Ministério Público do Equador invadiram nesta sexta-feira (7) a sede do instituto Cedatos, na capital Quito, em busca de provas. A empresa é investigada por suspeita de falsificação, falsidade ideológica e associação ilícita em pesquisas eleitorais.

    As autoridades tentam descobrir se o instituto se associou com o candidato opositor à Presidência do país, Guillermo Lasso, para que ele aparecesse à frente do governista Lenín Moreno, ganhador do segundo turno da eleição, no domingo (2).

    Os agentes ficaram duas horas e meia no escritório e levaram documentos e computadores de quatro funcionários suspeito de envolvimento nas irregularidades.

    O dono do instituto, Políbio Córdova, disse ter sido impedido de entrar no prédio enquanto a polícia estava no local. Embora ele tenha afirmado que a pesquisa poderia estar errada, ele considerou a operação um abuso de autoridade.

    Ele afirma ter recebido ameaças de morte depois que a investigação sobre a manipulação das pesquisas foi iniciada, mas descartou que vá sair do país por isso.

    "Nunca verão isso, não devo nada a ninguém. Se a honestidade nos levar a isso, então este será o preço da honestidade", disse.

    Ele foi apoiado por um grupo de manifestantes, que também consideraram a ação um atropelo.

    CORREA

    A denúncia de irregularidades nas pesquisas foi apresentada em 22 de março pela vice-presidente da Assembleia Nacional, a governista Rosana Alvarado, que suspeitava da relação de Lasso com a empresa.

    Durante toda a campanha do segundo turno da eleição, o candidato opositor aparecia à frente nas pesquisas, com exceção de um levantamento feito em 21 de março, em que Moreno estava na liderança.

    Na pesquisa de boca de urna da Cedatos, Lasso aparecia com 53% das intenções de votos válidos, contra 47% de Moreno. A apuração do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) revelaria horas depois que o governista havia vencido com 51,14%. O opositor pediu recontagem dos votos por suspeita de fraude.

    O erro na pesquisa foi criticado pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, logo após a vitória de Moreno no domingo (2). Ele acusou Lasso de pedir dinheiro do Banco de Guayaquil, que o candidato opositor presidiu por 18 anos, para financiar as pesquisas que, em sua opinião, eram falsas.

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